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Congresso em Foco
21/7/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:34
![[fotografo]Marcello Casal Jr./Agência Brasil[/fotografo] [fotografo]Marcello Casal Jr./Agência Brasil[/fotografo]](https://static.congressoemfoco.com.br/2020/07/internet_dsc5834.jpg) 
 
 Mas o que é o 5G e o leilão do 5G? Quando falamos de tecnologia 5G, trata-se de uma evolução das redes de 4G.  Mas não é uma evolução como a do 3G para o 4G.  A tecnologia 5G tem uma capacidade de tráfego muito maior com uma latência (tempo de resposta muito menor).  Ou seja, poderemos ter uma experiência instantânea, capaz de viabilizar procedimentos cirúrgicos à distância ou carros autônomos.
Quando falamos do leilão de 5G, trata-se da licitação do espectro de radiofrequência que a Anatel fará.  Na folclórica frase do saudoso Ministro Sergio Motta, quando fez a primeira licitação da radiofrequência para celular: vender o ar.
O edital que está em consulta pública promete ser o maior da história do Brasil, mas tem diversas variáveis, como tamanho e quantidade de lotes para o incentivo à competição, obrigações de investimento e conflitos com outros serviços de telecomunicações, como a distribuição do sinal de TV aberta, que acaba sendo recepcionado pelas antenas parabólicas - a única forma que milhões de brasileiros têm acesso a TV aberta.
O objetivo aqui não é adentrar em questões técnicas, mas sim argumentar que ainda há diversos pontos para serem definidos e, portanto, existe ainda grande insegurança sobre as opções mais adequadas.
Assim, o mais prudente seria a Anatel aprimorar os estudos sobre o edital e, em paralelo, direcionar esforços imediatos do setor para a expansão dos serviços celulares existentes e não na implementação de uma nova rede (5G).
Os próprios estudos iniciais da Anatel para a elaboração do edital em comento apontam que em 12,8 mil localidades com menos de 600 habitantes, o que soma cerca de 3,26 milhões de pessoas, não têm acesso a rede celular.
Percebemos assim, que a expansão do serviço celular ainda é muito falha. Com carência de acesso tanto em relação a nível social quanto ao espaçamento geográfico. O que contribuiu para aumentar ainda mais a desigualdade social do Brasil.
Quem defende a realização imediata do leilão afirma que os investimentos que as prestadoras farão para implementar a rede 5G serão fundamentais para a retomada de investimentos pós-pandemia, além dos benefícios tecnológicos como exposto acima.
Existem outras tecnologias que permitirão a integração e automação da indústria nacional no curto prazo (estamos falando em um hiato de 2 anos). Por outro lado, não podemos esquecer que as prestadoras que precisariam aumentar a capilaridade da rede existente são, muito provavelmente, as mesmas que farão a implementação da rede 5G; portanto, há uma escolha de investimentos a serem priorizados.
Concluindo, o leilão de 5G é algo muito importante para ser tratado apenas como urgente. Temos assuntos mais urgentes como a expansão do serviço móvel para aqueles que ainda não têm acesso.  O Brasil deve priorizar essa questão, enquanto faz uma avaliação mais profunda para realizar as melhores escolhas para o edital de licitação do 5G.
*Thiago Cardoso Henriques Botelho é mestre em Economia, especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações e atualmente está como Ouvidor da Anatel.
Mas o que é o 5G e o leilão do 5G? Quando falamos de tecnologia 5G, trata-se de uma evolução das redes de 4G.  Mas não é uma evolução como a do 3G para o 4G.  A tecnologia 5G tem uma capacidade de tráfego muito maior com uma latência (tempo de resposta muito menor).  Ou seja, poderemos ter uma experiência instantânea, capaz de viabilizar procedimentos cirúrgicos à distância ou carros autônomos.
Quando falamos do leilão de 5G, trata-se da licitação do espectro de radiofrequência que a Anatel fará.  Na folclórica frase do saudoso Ministro Sergio Motta, quando fez a primeira licitação da radiofrequência para celular: vender o ar.
O edital que está em consulta pública promete ser o maior da história do Brasil, mas tem diversas variáveis, como tamanho e quantidade de lotes para o incentivo à competição, obrigações de investimento e conflitos com outros serviços de telecomunicações, como a distribuição do sinal de TV aberta, que acaba sendo recepcionado pelas antenas parabólicas - a única forma que milhões de brasileiros têm acesso a TV aberta.
O objetivo aqui não é adentrar em questões técnicas, mas sim argumentar que ainda há diversos pontos para serem definidos e, portanto, existe ainda grande insegurança sobre as opções mais adequadas.
Assim, o mais prudente seria a Anatel aprimorar os estudos sobre o edital e, em paralelo, direcionar esforços imediatos do setor para a expansão dos serviços celulares existentes e não na implementação de uma nova rede (5G).
Os próprios estudos iniciais da Anatel para a elaboração do edital em comento apontam que em 12,8 mil localidades com menos de 600 habitantes, o que soma cerca de 3,26 milhões de pessoas, não têm acesso a rede celular.
Percebemos assim, que a expansão do serviço celular ainda é muito falha. Com carência de acesso tanto em relação a nível social quanto ao espaçamento geográfico. O que contribuiu para aumentar ainda mais a desigualdade social do Brasil.
Quem defende a realização imediata do leilão afirma que os investimentos que as prestadoras farão para implementar a rede 5G serão fundamentais para a retomada de investimentos pós-pandemia, além dos benefícios tecnológicos como exposto acima.
Existem outras tecnologias que permitirão a integração e automação da indústria nacional no curto prazo (estamos falando em um hiato de 2 anos). Por outro lado, não podemos esquecer que as prestadoras que precisariam aumentar a capilaridade da rede existente são, muito provavelmente, as mesmas que farão a implementação da rede 5G; portanto, há uma escolha de investimentos a serem priorizados.
Concluindo, o leilão de 5G é algo muito importante para ser tratado apenas como urgente. Temos assuntos mais urgentes como a expansão do serviço móvel para aqueles que ainda não têm acesso.  O Brasil deve priorizar essa questão, enquanto faz uma avaliação mais profunda para realizar as melhores escolhas para o edital de licitação do 5G.
*Thiago Cardoso Henriques Botelho é mestre em Economia, especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações e atualmente está como Ouvidor da Anatel. 

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