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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Thiago Botelho
20/10/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:31
Mas as determinações têm um custo. Umas das maiores empresas de telecomunicações do Reino Unido, a British Telecom, anunciou uma estimativa de R$ 3,3 bilhões de prejuízo, em razão da determinação de troca de equipamentos.
No Brasil, o assunto ainda está em debate e o presidente Bolsonaro tem declarado que será dele a decisão sobre o assunto.
A minuta de edital de licitação que a Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel colocou em Consulta Pública não traz restrições à fornecedores ou tecnologia, seguindo a tradição do órgão regulador de ser neutro nesses quesitos.
Por outro lado, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) editou uma instrução normativa com o intuito de estabelecer os requisitos mínimos de segurança cibernética que deverão ser adotados no estabelecimento das redes de 5G.
Trata-se de documento realmente inovador. Primeiro, pela dúvida jurídica sobre as competências do GSI sobre o tema. Segundo, porque rompe com a tradição do Estado brasileiro neutralidade com relação à tecnologia.
Em apertadíssima síntese, a instrução normativa do GSI determina que, em uma mesma área de prestação de serviço, duas empresas de telefonia precisarão ter fornecedores distintos, para garantir a redundância e o funcionamento da rede, caso uma das redes falhe. Além de editar regras sobre como as prestadoras de serviço devem operar suas redes.
Como exposto no caso do Reino Unido, as obrigações impõem custos. E qual será o custo-benefício dos requisitos impostos as prestadoras no Brasil, considerando o poder aquisitivo da nossa população e a conjuntura econômica que enfrentamos atualmente?
O 5G poderá ser uma verdadeira revolução tecnológica, por isso sua implementação célere é tão importante. O Brasil poderá dar um salto de produtividade com a nova tecnologia.
Mas a imposição de custos excessivos pode atrasar a implementação das novas redes de 5G ou até inviabilizar sua implementação fora das regiões com maior poder aquisitivo e densidade populacional.
As técnicas de regulação evoluem cada vez mais, com níveis de sofisticação e especialidade cada vez maior. Também não podemos esquecer que o prêmio Nobel de economia deste ano foi para o estudo do modelo de leilões.
Análise de impacto regulatório e regulação responsiva são instrumentos que estão na fronteira tecnológica da regulação de mercados e são cada vez mais essenciais para que os Estados permitam o desenvolvimento dos mercados, balanceando os interesses entre governo, empresas e consumidores.
Sem os devidos estudos, aplicados pelo órgão especializados no assunto, novas regras, apesar das melhores intenções, podem causar graves prejuízos para o país. Por isso, que a regulação do mercado, visando a implementação das Políticas Pública precisa ficar a cargo das agências reguladoras, que são os órgãos técnicos responsáveis pelo desenvolvimento dos mercados.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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