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Congresso em Foco
8/9/2005 10:32
Diego Moraes |
O conjunto de documentos reunia um livro-caixa manuscrito - atualizado diariamente - com toda a movimentação financeira do comitê de Taniguchi; listas arquivadas em computadores com as despesas lançadas no livro-caixa; além de dezenas de cópias de cheques, recibos e bilhetes de pagamentos feitos ao comitê. De acordo com os dados listados, o PFL arrecadou, em doações para Taniguchi, o equivalente a R$ 29.294.865,88. A declaração oficial disponível no TRE mostra que o candidato recebeu R$ 2.887.457,23 para custear a campanha. Quanto às dívidas do comitê, os documentos internos registram R$ 3.610.086,54 - bem acima dos R$ 224.844,75 declarados à Justiça Eleitoral. Juntando os valores, os documentos mostram que a campanha de Taniguchi, incluindo as despesas e receitas listadas no suposto caixa dois do partido, custou R$ 32,9 milhões, em vez dos R$ 3,112 milhões oficialmente informados ao tribunal. O TRE aprovou as contas do pefelista. O presidente do comitê financeiro de Taniguchi, Mauro Lopes Filho, prestou depoimento ao Ministério Público do Paraná em novembro de 2001 e afirmou que não tinha ligação com qualquer suspeita de verba ilegal na campanha do então prefeito de Curitiba. Mas os dados contidos nas planilhas internas apontavam que a maior parte das doações, cerca de 63%, foram feitas por alguém identificado como "MLF" (letras que coincidem com as iniciais do nome do tesoureiro) e somavam mais de R$ 18,63 milhões. Segundo relatos de pessoas que trabalhavam no comitê, Lopes Filho chegava sempre com bolsas e envelopes provavelmente cheios de dinheiro. No depoimento, ele negou essas informações e disse que nunca contribuiu com nenhuma quantia para a campanha de Taniguchi. À época, o Ministério Público acusou o prefeito de Londrina, Antonio Belinati (ex-PFL, hoje no PL), de desviar R$ 590 mil do fundo de urbanização do município para investir no comitê do prefeito de Curitiba. Segundo o MP, as empresas contratadas para prestar serviços à prefeitura de Londrina foram grandes doadoras da campanha do pefelista na capital paranaense. Em meio aos documentos que atestam a movimentação financeira do comitê de Taniguchi, havia uma lista com todos os doadores. Ao lado dos nomes, constavam as letras "D" e "E". O código, segundo os procuradores, indicava uma engenharia até então peculiar, mas que seria bastante utilizada pelos partidos políticos. Os nomes marcados com a letra "D" eram doadores de fato, declarados oficialmente à Justiça Eleitoral ou não. Os que tinham ao lado a letra "E" faziam parte de um esquema apelidado de "engenharia financeira", uma estratégia supostamente usada pelo comitê para esquentar dinheiro irregular. O sistema consiste em receber doações de empresas amigas, seja em cheque ou em dinheiro, e declarar esses recursos na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral. A essas empresas, o partido devolvia por fora (geralmente em espécie, para não levantar suspeitas) a quantia paga. Ou seja, a doação não era feita realmente, mas servia como argumento para justificar verbas ilegais. |
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