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As planilhas de FHC

Congresso em Foco

8/9/2005 | Atualizado às 10:28

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Diego Moraes


Dois anos após sua reeleição, o então presidente Fernando Henrique Cardoso enfrentou uma breve crise política com a descoberta de planilhas eletrônicas, feitas pelo próprio comitê do PSDB, que indicariam a existência de um caixa dois em torno de R$ 10,120 milhões na campanha presidencial de 1998. A denúncia foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em 2000.

O material fazia parte de um meticuloso sistema de planilhas criado pelo irmão do então tesoureiro da campanha de FHC, Luiz Carlos Bresser Pereira, para facilitar a contabilidade do partido. A veracidade das informações foi confirmada, à época, por 11 dos 14 envolvidos no processo de arrecadação de recursos para a campanha. Bresser, que foi ministro da Fazenda no governo José Sarney, admitiu ter utilizado o sistema, mas disse que todo o material foi para o lixo.

As tabelas mostravam toda a prestação de contas oficial do comitê de FHC, que somou R$ 43 milhões, além de 34 registros de doações clandestinas. Cálculos feitos com base nos dados organizados por Bresser indicavam que, de cada R$ 5 arrecadados pelo comitê presidencial tucano, R$ 1 ia para o caixa paralelo do comitê e não era declarado à Justiça Eleitoral.

Assim como Lula hoje, Fernando Henrique procurou se eximir de responsabilidade no caso. "Quem pode responder a isso é o comitê eleitoral, chefiado pelo ex-ministro Bresser Pereira", informou a assessoria presidencial à época. Procurado nos últimos dias pelo Congresso em Foco para comentar o episódio, o ex-presidente não retornou os contatos feitos pela reportagem.

Bresser declarou que o formato da planilha era verdadeiro e que ele a utilizara no início da campanha, mas que a deixara de lado, após consultar um irmão, que tinha mais conhecimentos do programa Excel. O ex-ministro não reconheceu como verdadeiras as informações sobre nomes e doações constantes da planilha e garantiu, na época, que a candidatura de FHC jamais recebeu dinheiro "por fora".

Uma discrepância identificada nas planilhas dizia respeito ao valor das doações oficialmente declaradas e o registro delas na contabilidade tucana. Além dos R$ 10,12 milhões supostamente não declarados pelo PSDB, outros R$ 4,72 milhões teriam entrado nas contas do partido sem que a Justiça Eleitoral soubesse. As contas do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) descrevem o repasse de R$ 7,5 mil feito por uma agência publicitária paulistana à campanha de FHC. Mas, de acordo com as planilhas, a empresa teria doado R$ 200 mil. As tabelas registravam pelo menos outros dez lançamentos com contradições semelhantes.

Assim como hoje, a denúncia de caixa dois na campanha de FHC atingiu figuras do alto escalão do governo federal, como o então ministro Andrea Matarazzo, chefe da Secretaria de Comunicação, e o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas.

Matarazzo aparece na planilha como o maior doador individual da campanha de FHC. Teria repassado R$ 3 milhões ao comitê. O dinheiro, no entanto, não figura na declaração entregue pelo PSDB ao TSE. Na época, Matarazzo negou ter feito qualquer doação.

Um dos arrecadadores da campanha de FHC, o empresário Mário Petrelli afirmou, em entrevista concedida em 2002, desconhecer contabilidade paralela na campanha à reeleição do tucano. No entanto, disse que todas as campanhas eleitorais no Brasil têm caixa dois. "Em toda eleição, eu duvido que não tenha alguém que deu extra. Você (perguntou ao repórter) acha que a campanha do Lula foi toda declarada?", ressaltou.


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