Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Ruralistas aceleram marco temporal na Câmara para evitar o STF
[Erro-Front-CONG-API]: Erro ao chamar a api CMS_NOVO.

{ "datacode": "BANNER", "exhibitionresource": "NOTICIA_LEITURA", "assettype": "NO", "articlekey": 50925, "showDelay": true, "context": "{\"positioncode\":\"Leitura_Noticias_cima\",\"assettype\":\"NO\",\"articlekey\":50925}" }

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Terras indígenas

Ruralistas aceleram marco temporal na Câmara para evitar o STF

Previsto para julgamento no STF, marco temporal é de especial interesse da bancada ruralista, que busca garantir a legislação.

Congresso em Foco

25/5/2023 | Atualizado às 8:59

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Imagem de manifestação de indígenas em frente ao Congresso. Foto: Guilherme Mendes/Congresso em Foco

Imagem de manifestação de indígenas em frente ao Congresso. Foto: Guilherme Mendes/Congresso em Foco
No próximo dia 7, o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá retomar o julgamento da ação que discute a validade das demarcações de terras indígenas posteriores à aprovação da Constituição, em 1988, ou se esta representa um marco temporal definitivo. Esse tema é de especial interesse do agronegócio brasileiro, que expande sua fronteira no sul da Amazônia. Para garantir que o resultado não seja desfavorável ao setor, a bancada ruralista da Câmara dos Deputados articula para avançar com a votação do Projeto de Lei 490/2007, que define expressamente a data de promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988, como marco temporal. Se aprovado, o PL do marco temporal pode representar a perda de 63% das terras indígenas demarcadas ou em processo de demarcação no Brasil. Evair de Mello (PP-ES), vice-presidente da bancada ruralista na Câmara, defende que é uma medida necessária para garantir a segurança jurídica do setor. O parlamentar também considera que a delimitação pela via jurídica não é compatível com o preceito constitucional. "Com o projeto, nós vamos reconhecer aquela legitimidade da demarcação feita pela casa do povo, que é a Câmara dos Deputados. O Congresso representa o povo brasileiro e, portanto, tem a legitimidade das ruas. O PL 490 representa isso. Ele respeita aquilo que foi acordado no texto constitucional em 1988, e traz segurança jurídica para o agronegócio brasileiro. O horizonte do agronegócio é o marco temporal, seria uma insanidade querer regredir nesse sentido. Foram bilhões de reais em investimentos feitos respeitando a Constituição", afirmou o deputado ao Congresso em Foco. Evair conta que o projeto é endossado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se comprometeu a garantir uma rápida tramitação. Lira concretizou o gesto na quarta-feira (24) ao aprovar o requerimento de urgência do projeto. Apesar da agenda voltada ao julgamento, o líder ruralista não considera a votação como um recado ou um meio de pressão à Suprema Corte. "Quando o Legislativo não cumpre seu papel, o STF está se sentindo no direito de fazer. Naturalmente, quando o Congresso falar, não há a necessidade dessa manifestação do Supremo".

"Genocídio legislado"

A possibilidade de votação do PL 490 é vista com preocupação pelos movimentos de defesa dos direitos dos povos indígenas. Esse temor é compartilhado pela deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais na Câmara. "Estamos aqui para assinar e não para assassinar direitos. Acabar com as demarcações, ameaçar os territórios que já estão demarcados e permitir que a mineração e os projetos que poluem e nos matam é promover um genocídio legislado", declarou. A deputada avalia o caso não como uma questão econômica, mas como uma questão humanitária que envolve diretamente a sobrevivência dos povos indígenas. "Uma questão para todos e todas. Se vocês não morrem com a violência que assola os nossos territórios, morrerão com o veneno que chega em sua mesa. É preciso sensibilidade e compromisso para enterramos o PL 490 e dizer não ao Marco Temporal", disse visando o parlamento. Evair de Mello diz estar confiante quanto ao resultado das futuras votações de urgência e mérito do projeto. Célia já cobra do governo uma postura firme a respeito. "Não adianta ter um governo que acena na defesa dos direitos dos povos indígenas e um Congresso que vai na contramão e quer continuar o projeto programado de ecocídio dos últimos quatro anos".

Antiga disputa

O PL 490 tramita há mais de uma década na Câmara dos Deputados, e foi alvo de disputa constante entre ruralistas e indígenas desde a sua proposição. Ao longo do governo Jair Bolsonaro, ganhou novo fôlego, e avançou de forma paralela nas comissões enquanto a Advocacia-Geral da União dava andamento à ação semelhante no STF. Em meados de 2021, indígenas de todo o país montaram um acampamento em Brasília para, ao mesmo tempo, protestar contra a ação e articular com deputados para que não permitissem o avanço do PL 490. Na esfera jurídica, o esforço foi bem sucedido, e o julgamento ficou suspenso por mais de um ano. Na Câmara, a bancada ruralista já garantiu a aprovação do texto na Comissão de Constituição e Justiça, e o projeto desde então aguarda sua votação em plenário. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) acompanhou a tramitação de perto, e alertou para detalhes do projeto que vão para além do marco temporal. Além de representar a possibilidade de perda de mais da metade das terras indígenas demarcadas ou em demarcação no Brasil, ele conta com uma série de projetos apensados que tornam a delimitação ainda mais dificultosa. Uma nota técnica da assessoria jurídica do Cimi identificou que o relatório conta com "a previsão de flexibilizar o usufruto exclusivo das terras indígenas pelos povos originários, garantido pela Constituição, e inclusive a possibilidade de que a União se aproprie e disponibilize para a reforma agrária terras em que tenha havido 'alteração dos traços culturais da comunidade'". Parte da Câmara dos Deputados ainda busca avançar em projetos que permitam a mineração dentro dessas terras. Sonia Guajajara, ministra dos Povos Originários, alerta para um outro elemento do projeto: a PEC 215/2000, apensada a ele. Ela retira do Poder Executivo a competência pela demarcação de terras indígenas, e a entrega ao Poder Legislativo. Com isso, os povos indígenas passam a depender do Congresso Nacional para a delimitação de suas terras.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

câmara dos deputados STF Amazônia indígenas arthur lira mARCO TEMPORAL

Temas

Direitos Humanos Judiciário Democracia Indígenas Congresso Notícia

LEIA MAIS

Congresso

Câmara tem pauta esvaziada em razão do fórum parlamentar do Brics

Apostas online

Com prazo curto na CPI das Bets, Soraya se preocupa com esvaziamento

Câmara

Nikolas diz que notícias sobre prisão de primo tentam desgastar imagem

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Câmara

Nikolas diz que notícias sobre prisão de primo tentam desgastar imagem

2

PEC DO FIM DA REELEIÇÃO

Senado deve aumentar o mandato de senador de 8 para 10 anos

3

Justiça

Primo de Nikolas Ferreira é preso por tráfico de drogas

4

SERVIÇO PÚBLICO

Reforma administrativa não mudará estabilidade de servidor, diz Dweck

5

PSB

João Campos é eleito presidente do PSB; veja reações nas redes

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES