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Ricardo de João Braga
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Farol
8/4/2022 11:45
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A ideia em um segundo Há uma percepção de que as condições da economia afetam negativamente o mandatário atual, em processos eleitorais, seja diretamente, seja indiretamente, pela via da sua popularidade. As variáveis econômicas para 2022 apontam cenário negativo para Bolsonaro. O mercado interpreta Lula e Bolsonaro praticamente como iguais, em termos de resultados econômicos. |
Até que ponto de fato a economia vai influenciar os votos do eleitor nas eleições de outubro? (Foto: Agência Brasil)[/caption]
O fato já entrou para os memes perpétuos de processos eleitorais: nas eleições em que Bill Clinton disputava com George H. W. Bush (incumbente), em 1992, o estrategista do primeiro, James Carville, afirmou: "It's the economy, stupid!". Os Estados Unidos atravessavam então uma recessão. Bush, que chegou a ter 90% de aprovação após a invasão do Iraque, viu seu apoio reduzir-se drasticamente e perdeu aquela eleição.
Perguntados, na rodada do Painel do Poder de março de 2022, sobre qual será o principal tema nas eleições presidenciais deste ano, os parlamentares não tiveram dúvidas em responder: será a economia. O quadro a seguir apresenta os resultados:
| Item | n | % |
| Defesa da família e dos valores cristãos | 6 | 7,23 |
| Corrupção | 1 | 1,2 |
| Economia | 62 | 74,7 |
| Saúde e pandemia | 11 | 13,25 |
| Outro | 2 | 2,42 |
| Educação | 1 | 1,2 |
A inflação alta é um fator que pode alterar o humor do eleitor brasileiro (Foto: Tania Rego/Agência Brasil)[/caption]
Essa entidade abstrata, chamada de mercado, a resultante de miríades de atores individuais tomando decisões econômico-alocativas todo o tempo, acaba sendo adotado como termômetro do sentimento econômico de quem importa para o mercado: quem tem recursos e toma decisões sobre esses. Por isso, o índice da Bolsa de Valores, embora em seus fundamentos técnicos não tenha nada a ver com processos políticos, acaba se tornando referencial para o êxito ou não de decisões governamentais.
Pesquisa realizada pela XP com investidores institucionais apresentou resultado interessante, expresso no Gráfico a seguir (que foi compartilhado em rede social):
A pergunta foi: valor do Ibovespa ou do dólar no caso da eleição dos respectivos candidatos. Curiosamente, os atuais líderes nas pesquisas apresentam resultados muito semelhantes - caso Lula sagre-se vencedor, estima-se o dólar valendo R$ 5,61 e o Ibovespa a 118.091; no caso de Bolsonaro, dólar a R$ 5,59 e Ibovespa a 118.534. Ambos muito próximos do cenário adotado como base - Ibovespa a 120 mil pontos e dólar a R$ 5,50.
A expectativa mais negativa do "mercado" concentra-se em Ciro Gomes - vislumbra-se um dólar a R$ 6,09 e o Ibovespa a 103.670. Ciro destaca-se, talvez, como o candidato que mais entende de economia, o que pode soar paradoxal. Contudo, pode-se compreender bem essa percepção, uma vez que o candidato dá declarações incisivas e apresenta-se um tanto quanto temperamental, o que pode fazer com que o mercado sinta uma maior incerteza no caso de sua eleição. Além disso, Ciro defende uma proposta mais nacionalista de desenvolvimento, à qual os mercados são a priori avessos.
A expectativa mais positiva reúne-se em torno de Dória: Ibovespa a 136.568 e dólar a R$ 4,94. Trata-se do PSDB, que carrega consigo, até hoje, a imagem do Plano Real e da estabilização das contas públicas. Trata-se também de Henrique Meirelles, homem do mercado e já testado e retestado nas esferas governamentais. Sergio Moro também apresenta uma expectativa mais positiva do que Lula e Bolsonaro, no seu caso refletindo, talvez, uma percepção de que seria um "Bolsonaro mais comportado" e efetivamente mais liberal de fato.
As apostas estão feitas. Resta saber como será a combinação de sabores que sairá desse caldeirão político-econômico nas eleições.
| CHAPA QUENTE | GELADEIRA |
| A pesquisa Genial/Quaest divulgada na quinta-feira (7), a mais recente da nova rodada de levantamentos até o fechamento desta edição do Farol, apresenta números paradoxais. Por um lado, ela confirma a melhora de desempenho do presidente Jair Bolsonaro que outras pesquisas já mostravam. No cenário em que o ex-juiz Sergio Moro foi retirado da disputa, Bolsonaro pulou de 29% para 31%, com relação ao cenário em que Moro aparece. Um salto de dois pontos, no limite da margem de erro da pesquisa. Há outros indicadores de melhora de Bolsonaro na mesma pesquisa, com relação à avaliação do seu governo. Um significativo é o seu crescimento entre os que recebem o Auxilio Brasil: a avaliação positiva do governo nesse segmento aumentou de 19% para 24%. | Mas, paradoxalmente, esse mesmo cenário sem Moro acende um sinal amarelo na campanha do presidente. Embora Bolsonaro seja o mais beneficiado, os 6% que Moro tem no cenário em que ele aparece espalham-se também pelos demais candidatos. Lula, por exemplo, cresce um ponto percentual. E o resultado é que, apesar da melhora de Bolsonaro nesse cenário sem Moro, nessa simulação ele acaba correndo o risco de perder a eleição no primeiro turno. Nesse cenário, Lula tem 45% das intenções de voto. E os demais candidatos, incluindo Bolsonaro, somam apenas 43%. Como as regras eleitorais contam apenas os votos válidos (dispensam os votos nulos e em branco), vence no primeiro turno um candidato que obtiver mais votos que a soma dos adversários. |
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