Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Paulo José Cunha
Paulo José Cunha
Paulo José Cunha
Paulo José Cunha
Paulo José Cunha
7/8/2017 | Atualizado 10/10/2021 às 16:36
 
 
 [fotografo]Marcos Oliveira / Agência Senado[/fotografo][/caption]
E Kim Jong-un, o sinistro gordinho coreano, com aquele cabelo à Grouxo Marx (corte que ele impôs a todo o povo norte-coreano)? Como alguém pode ser tão velho, sendo tão jovem? Líder de uma ditadura velha, alimentada por um fanatismo velho, alicerçada numa egolatria velha, turbinada pela lembrança velha e macabra do risco atômico que assombrava o mundo nos anos 60... Tudo tão velho...
Bolsonaro, ah, este já nasceu velho, com seu ideário retrógrado da intervenção militar. Conhecemos essa novela. É ruim, mal escrita e quando acaba só deixa mágoa, dor, revolta e viúvas. Bolsonaro causa uma sensação de déjà-vu, cheiro de mofo, de coisa ultrapassada, de discurso surrado pelos chavões da velha direita, que surpreendentemente ainda consegue seduzir velhos empertigados e também jovens conectados que perderam cedo demais a juventude. As casernas estão cheias desses velhos. E as redes sociais, desses jovens. Eles nem sabem quão velhos se tornaram, de repente.
Dória, Collor & Adhemar 
João Dória não passa de um ancião jovem. Não deve olhar-se ao espelho, por medo de se deparar com a imagem de Fernando Collor e seus punhos cerrados, de quimono, na pose de "Caçador de Marajás". Ao lado dele, lembrado e já incensado por analistas irresponsáveis, vem aparecendo o apresentador Luciano Huck, que para alguns seria uma solução revolucionária, nova, diferente de tudo o que está aí. Mas não é nada disso. É uma saída velha, decrépita, produto do mais abjeto oportunismo, como caduca e desastrada foi a ideia de se lançar, anos atrás, um outro animador de auditório, o botocado "Homem do Baú", à presidência da república.
Nos trejeitos dos políticos atuais, em suas falas e votos, é fácil identificar velhos cacoetes dos velhos políticos dos velhos tempos. Jânio Quadros jogava talco no paletó para parecer que tinha caspa e se identificar com os pobres. Um deputado faz uma tatuagem (falsa) para provar sua fidelidade canina... ao poder! Adhemar de Barros notabilizou-se pelo refrão imbecil do "rouba mas faz". Qualquer semelhança com o que vem acontecendo no Brasil de hoje não é mera coincidência. Há quem diga que Dória, quando não se parece com Collor, é um Jânio sem caspa.
Toma-lá-dá-cá, bordões & reformas
O toma-lá-dá-cá em busca de apoio parlamentar - há alguma coisa mais velha na prática política brasileira? Ainda outro dia uma tal de Dilma fazia a mesmíssima coisa. Como fez também o longevo José Sarney, distribuindo concessões de rádio e TV. Como Fernando Henrique, acusado de compra de votos para aprovar a emenda de sua reeleição.
Basta receber memes de dona Dilma dizendo bobagens com gosto de mandioca & vento para se perceber que a companheira é velha faz tempo. Mais velho que ela só os que ainda a tratam de "presidenta". Como velhas são as reformas - política, tributária e previdenciária. Quando comecei a cobrir política, mais de 40 anos atrás, já se falava nelas. Nada mais velho. Outro dia achei um artigo de Carlos Lacerda defendendo uma reforma política. Em 1953...
Por último, a insistência nos velhos bordões - à esquerda e à direita - já é cansativa de tão velha. "O povo não é bobo, abaixo a rede Globo" (este é um clássico que fez a travessia da ditadura à democracia e continua firme. Como a própria Globo). "Fora Temer". "Fora Dilma". "Fora Cunha". "Diretas já" (já tinha ouvido isso. Quando?). Velhos ficaram os programas partidários pela TV: "Junte-se a nós! Filie-se ao PQP". Melancolicamente velhas são as frases feitas que se repetem incansavelmente nas campanhas políticas: "Pela saúde, pela educação e pelo emprego, vote em mim".
Pensando bem, essa velha ranzinice indignada que mantemos sempre viçosa talvez seja a única novidade neste museu de velharias. Todo dia é preciso renovar o estoque de implicância para que não terminemos velhos, chatos e renitentes, como os reacionários que até hoje suspendem a toalha da mesa pra ver se não tem comunistas escondidos embaixo. Ou os comunistas de botequim, que até hoje se comovem às lágrimas diante dos bigodes de Stálin.
[fotografo]Marcos Oliveira / Agência Senado[/fotografo][/caption]
E Kim Jong-un, o sinistro gordinho coreano, com aquele cabelo à Grouxo Marx (corte que ele impôs a todo o povo norte-coreano)? Como alguém pode ser tão velho, sendo tão jovem? Líder de uma ditadura velha, alimentada por um fanatismo velho, alicerçada numa egolatria velha, turbinada pela lembrança velha e macabra do risco atômico que assombrava o mundo nos anos 60... Tudo tão velho...
Bolsonaro, ah, este já nasceu velho, com seu ideário retrógrado da intervenção militar. Conhecemos essa novela. É ruim, mal escrita e quando acaba só deixa mágoa, dor, revolta e viúvas. Bolsonaro causa uma sensação de déjà-vu, cheiro de mofo, de coisa ultrapassada, de discurso surrado pelos chavões da velha direita, que surpreendentemente ainda consegue seduzir velhos empertigados e também jovens conectados que perderam cedo demais a juventude. As casernas estão cheias desses velhos. E as redes sociais, desses jovens. Eles nem sabem quão velhos se tornaram, de repente.
Dória, Collor & Adhemar 
João Dória não passa de um ancião jovem. Não deve olhar-se ao espelho, por medo de se deparar com a imagem de Fernando Collor e seus punhos cerrados, de quimono, na pose de "Caçador de Marajás". Ao lado dele, lembrado e já incensado por analistas irresponsáveis, vem aparecendo o apresentador Luciano Huck, que para alguns seria uma solução revolucionária, nova, diferente de tudo o que está aí. Mas não é nada disso. É uma saída velha, decrépita, produto do mais abjeto oportunismo, como caduca e desastrada foi a ideia de se lançar, anos atrás, um outro animador de auditório, o botocado "Homem do Baú", à presidência da república.
Nos trejeitos dos políticos atuais, em suas falas e votos, é fácil identificar velhos cacoetes dos velhos políticos dos velhos tempos. Jânio Quadros jogava talco no paletó para parecer que tinha caspa e se identificar com os pobres. Um deputado faz uma tatuagem (falsa) para provar sua fidelidade canina... ao poder! Adhemar de Barros notabilizou-se pelo refrão imbecil do "rouba mas faz". Qualquer semelhança com o que vem acontecendo no Brasil de hoje não é mera coincidência. Há quem diga que Dória, quando não se parece com Collor, é um Jânio sem caspa.
Toma-lá-dá-cá, bordões & reformas
O toma-lá-dá-cá em busca de apoio parlamentar - há alguma coisa mais velha na prática política brasileira? Ainda outro dia uma tal de Dilma fazia a mesmíssima coisa. Como fez também o longevo José Sarney, distribuindo concessões de rádio e TV. Como Fernando Henrique, acusado de compra de votos para aprovar a emenda de sua reeleição.
Basta receber memes de dona Dilma dizendo bobagens com gosto de mandioca & vento para se perceber que a companheira é velha faz tempo. Mais velho que ela só os que ainda a tratam de "presidenta". Como velhas são as reformas - política, tributária e previdenciária. Quando comecei a cobrir política, mais de 40 anos atrás, já se falava nelas. Nada mais velho. Outro dia achei um artigo de Carlos Lacerda defendendo uma reforma política. Em 1953...
Por último, a insistência nos velhos bordões - à esquerda e à direita - já é cansativa de tão velha. "O povo não é bobo, abaixo a rede Globo" (este é um clássico que fez a travessia da ditadura à democracia e continua firme. Como a própria Globo). "Fora Temer". "Fora Dilma". "Fora Cunha". "Diretas já" (já tinha ouvido isso. Quando?). Velhos ficaram os programas partidários pela TV: "Junte-se a nós! Filie-se ao PQP". Melancolicamente velhas são as frases feitas que se repetem incansavelmente nas campanhas políticas: "Pela saúde, pela educação e pelo emprego, vote em mim".
Pensando bem, essa velha ranzinice indignada que mantemos sempre viçosa talvez seja a única novidade neste museu de velharias. Todo dia é preciso renovar o estoque de implicância para que não terminemos velhos, chatos e renitentes, como os reacionários que até hoje suspendem a toalha da mesa pra ver se não tem comunistas escondidos embaixo. Ou os comunistas de botequim, que até hoje se comovem às lágrimas diante dos bigodes de Stálin.Temas
Política paulista
Finanças públicas
Economia e inovação
Economia e inovação