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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Larissa Calixto
5/11/2020 | Atualizado 6/11/2020 às 8:22
Gilmar Santos, candidato por mandato coletivo em Petrolina (PE).[/caption]
"Toda política é coletiva, não é possível fazer política sem mobilizar as coletividades, sem construir canais de diálogos, de articulação, de proposições. A forma como a política se estabeleceu no nosso país não expressa tanto as coletividades, porque existe uma interferência de uma condução do poder econômico, de determinados setores privilegiados e uma concepção elitista da política. Todas essas interferências vão esvaziando o conceito da política no seu sentido mais profundo", explica o professor.
Ele pontua ainda que o seu mandato está em construção com uma diversidade de pessoas, buscando dialogar, aprender com as comunidades e movimentos sociais, e assim, representá-los. Além de proposição de projetos, há um diálogo com os grupos para avaliar a efetividade das leis aprovadas. Segundo o vereador, nesta proposta existe uma busca de mudança de postura tanto do agente político, que assume o compromisso de ouvir a população, quanto dos eleitores, convidados a participar ativamente da construção da política ao longo do mandato.
Na grande São Paulo, grupos buscam conquistar um espaço de voz dentro da Câmara Municipal. Encabeçados por mulheres, duas das propostas de mandatos coletivos concorrendo nestas eleições, na maior cidade do país visam dar voz a grupos invisibilizados. Liderados por iniciantes na corrida eleitoral, estas campanhas englobam dois formatos diferentes de candidaturas coletivas.
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Debora, Jussara e Tuca, componentes da campanha coletiva Juntas Mulheres Sem Teto.[/caption]
O primeiro é o Juntas (Psol), formado por três mulheres negras, representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), de diferentes regiões periféricas de São Paulo. Jussara, Débora e Tuca trabalham há quase uma década no MTST e agora embarcam na corrida eleitoral para compartilhar um mandato na Câmara de Vereadores. As três propõe levar a voz da periferia para o espaço de decisão, mantendo o diálogo com as suas comunidades e buscando romper com o "padrão elitista".
Elas explicam que a construção de uma campanha coletiva é também um processo de "conscientização política", de estimular participação das comunidades no processo de decisão e elaboração de políticas públicas.
"Uma parte de todo o retrocesso que a gente sofreu e do sentimento de antipolítica é também consequência do total abandono da esquerda do trabalho de base e a gente quer que o nosso trabalho dentro do MTST permaneça dentro deste mandato", explica Jussara. As representantes do grupo apontam que a proposta de mandato coletivo do Juntas tem atuado em coletividade desde a concepção da campanha até a definição do formato do mandato.
Também na maior capital do país, a promotora legal popular Rute Alonso (Psol) representa a Coletiva Nós Mulheres trazendo uma proposta baseada em fundamentos feminista, antirracista, em defesa dos direitos da população LGBTIQIA+ e em defesa do serviço público. Com a proposta de "gabinete aberto e pé na rua", a iniciativa de Rute visa consultar a sociedade civil na construção de políticas públicas.
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Candidata Rute Alonso pelo Coletiva Nós Mulheres (Psol-SP).[/caption]
"O processo de construção da política pública tem que ser junto com o destinatário da política. A gente pensa na coletividade que vai compor a mandata para a gente conseguir estar com o gabinete aberto e pé na rua, construindo junto com a população", explica. Entre os entraves da construção deste tipo de campanha a candidata aponta que se deparar com um desânimo das pessoas em relação à política tem sido um desafio importante.
"Existe ainda uma tristeza muito grande das pessoas em relação ao próprio processo eleitoral. A gente encontra pessoas muito desanimadas, desamparadas e desinteressadas", explica.
No interior de Goiás, a cidade de Alto Paraíso foi cenário de uma das primeiras experiências de mandato coletivo do país. A ideia gerou frutos como o grupo Permacultural, encabeçado por Henny Freitas (Rede), candidata à vereadora na cidade.
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Integrantes do mandato coletivo Permacultural, em Alto Paraíso (GO). Foto: Amilton Sá.[/caption]
Formado por duas mulheres e dois homens, o grupo apresenta uma proposta de mandato coletivo que traga para a política uma visão holística da cidade. Com a bandeira ligada ao meio ambiente, o grupo se baseia em fundamentos da permacultura como inspiração para criar eixos temáticos, que englobam questões sobre sustentabilidade, direitos das mulheres, economia e outros.
"O papel do vereador é além de fiscalizar o trabalho da prefeitura, ter uma visão holística da cidade ", explica Henny.
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