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VIDA QUE SEGUE
Congresso em Foco
31/7/2025 8:12
Horas depois de ter seu nome incluído na lista de sanções do governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reapareceu em público na noite desta quarta-feira (30). E não foi em um evento oficial: o magistrado foi assistir ao clássico Corinthians x Palmeiras, na Neo Química Arena, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
Acompanhado da esposa, Viviane Barci de Moraes, Moraes chegou ao estádio sorridente, vestindo roupa casual e acenando para torcedores. De mãos dadas com a mulher, se dirigiu a um dos camarotes, de onde acompanhou a vitória corintiana por 1 a 0. Ao ser abordado, respondeu com o bordão da torcida: "Vai, Corinthians!"
Em determinado momento no camarote, Moraes fez um gesto obsceno com o dedo médio, imagem que rapidamente se espalhou nas redes sociais e provocou forte reação de opositores, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que escreveu: "Isso é postura de ministro sancionado?". O ex-advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, também criticou: "Se fosse o ex-presidente a fazer isso, haveria uma crise institucional."
Alvo da Lei Magnitsky
Mais cedo, o governo dos Estados Unidos anunciou sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Global Magnitsky, dispositivo legal que permite ao Executivo americano punir indivíduos estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos, sem necessidade de decisão judicial.
Na prática, as sanções congelam eventuais bens de Moraes em território norte-americano, bloqueiam o acesso ao sistema financeiro dos EUA e proíbem sua entrada no país. Segundo o Departamento do Tesouro, os dados pessoais do ministro, como número de passaporte e identidade, foram incluídos no informe oficial.
A penalidade foi aplicada em meio a uma escalada de tensões entre o governo Donald Trump e autoridades brasileiras. Além de Moraes, outros sete ministros do STF e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, tiveram seus vistos suspensos na semana passada por decisão unilateral de Washington.
Reações do Planalto e do STF
Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida como "inaceitável interferência" nos assuntos internos do Brasil.
"O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. [...] O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes", afirmou Lula.
Segundo o presidente, as sanções foram motivadas por "políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses". O Planalto também destacou que enfraquecer o Judiciário "é uma ameaça à democracia".
O Supremo Tribunal Federal também reagiu. Em comunicado, a Corte afirmou que as decisões de Moraes no julgamento por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Bolsonaro foram todas referendadas pelo colegiado e que o STF continuará exercendo sua função constitucional com independência.
"O julgamento de crimes que implicam atentado grave à democracia brasileira é de exclusiva competência da Justiça do país", diz a nota.
Corintiano fanático e frequentador assíduo da Neo Química Arena, Moraes já havia assistido à final do Campeonato Paulista em março, quando o Corinthians venceu o Palmeiras. Em 2024, ele também participou de uma campanha organizada pela torcida Gaviões da Fiel para ajudar a quitar a dívida do clube com a construção do estádio.
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