Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Senado adia para 2026 a votação da nova Lei de Impeachment

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

TENSÃO ENTRE PODERES

Senado adia para 2026 a votação da nova Lei de Impeachment

Incluída na pauta após a liminar do ministro Gilmar Mendes, a proposta será debatida no Plenário antes da votação na CCJ, a pedido do próprio relator.

Congresso em Foco

10/12/2025 | Atualizado às 10:06

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado decidiu adiar para 2026 a votação do projeto que reformula integralmente a legislação de crimes de responsabilidade e processos de impeachment. A proposta estava na pauta desta quarta-feira (10), mas foi retirada a pedido do relator, senador Weverton Rocha (PDT-MA), que defendeu a realização de uma audiência pública no Plenário do Senado antes de apresentar o relatório final. A sessão deve ocorrer apenas após o recesso parlamentar.

A decisão marca uma inflexão importante na movimentação deflagrada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que havia acelerado a tramitação do projeto de lei 1.388/2023 em reação à liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF, que restringiu exclusivamente à Procuradoria-Geral da República (PGR) o poder de apresentar pedidos de impeachment contra ministros do STF. A liminar foi lida no Senado como um gesto de deslocamento das prerrogativas constitucionais do Legislativo e como um esvaziamento da participação da sociedade no controle político de autoridades.

Weverton Rocha desistiu de apresentar seu relatório nesta quarta-feira e pediu mais tempo para que proposta seja debatida.

Weverton Rocha desistiu de apresentar seu relatório nesta quarta-feira e pediu mais tempo para que proposta seja debatida.Geraldo Magela/Agência Senado

Leia Mais

O que pode mudar no impeachment de ministros do STF e do presidente

Weverton Rocha tentou posicionar sua decisão como um movimento de responsabilidade institucional, não como recuo; "Hoje se fala tanto em impeachment. Mas, com a lei atual, se você quiser abrir um processo contra qualquer autoridade, ele não anda. A judicialização é inevitável. O objetivo desta proposta é dar previsibilidade ao sistema e evitar crimes de responsabilidade — das Forças Armadas ao Ministério Público", afirmou o senador durante a reunião da CCJ.

Segundo o relator, seu parecer está maduro, mas ainda precisa de mais legitimidade social e política. "Pedi três audiências públicas. Ouvimos quase 20 juristas da sociedade civil. O próprio ministro Ricardo Lewandowski veio. Tenho uma opinião formada, mas me comprometi a entregar um texto que reflita o sentimento da Casa."

O pedetista havia se comprometido a apresentar seu relatório nesta quarta-feira. O adiamento da votação, segundo ele, foi sugerido pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), autor do projeto de lei. Weverton também insistiu na necessidade de afastar a percepção de que o Senado agiria impulsionado por disputas com o Supremo: "Não vai ser rolo compressor que vai resolver. É uma lei de Estado, para o futuro. Precisamos ter responsabilidade".

A dinâmica do calendário parlamentar também pesou. "Semana que vem é semipresencial. Portanto, não haverá condição de colocar na pauta ou levar ao plenário. Mandei aos líderes o relatório prévio, para que contribuam internamente. A discussão não pode ser para fora."

Girão fala em "decisão madura"

Um dos parlamentares que mais propuseram o impeachment de ministros do STF, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) anunciou apoio à sugestão de Weverton. "É uma decisão madura. Havia a imagem de que seria uma reação à liminar do ministro Gilmar Mendes. Seria entrar no jogo deles fazer uma votação no afogadilho. Não havia condição. O senhor demonstra firmeza institucional, não é vingança nem troco."

O respaldo de Girão reforça o argumento de Weverton de que o tema precisa de distensionamento antes da votação — algo raro em um debate polarizado como o do impeachment.

Por que o projeto voltou ao centro da disputa entre Poderes

O projeto de lei 1.388/2023 representa a tentativa mais ampla de atualização da Lei 1.079/1950 desde sua criação. Elaborado por uma comissão de juristas presidida por Ricardo Lewandowski, o texto propõe:

  • modernização dos tipos de crime de responsabilidade;
  • inclusão de novas autoridades sujeitas a impeachment (como comandantes das Forças Armadas, ministros de tribunais superiores e membros do CNJ e CNMP);
  • tipificação específica de condutas para ministros do STF;
  • filtros rigorosos para denúncias infundadas;
  • ritos processuais completos e prazos definidos;
  • limite de até 180 dias para afastamento de autoridades.

A liminar de Gilmar Mendes acendeu um pavio político que estava adormecido havia dois anos: 68 pedidos de impeachment de ministros do STF hoje ativos no Senado podem ser esvaziados se o entendimento do ministro prevalecer. A decisão foi interpretada por parlamentares como uma intervenção direta no espaço constitucional do Legislativo.

Alcolumbre defendeu que a liminar de Gilmar Mendes "mexeu no equilíbrio entre os Poderes" e comprometeu prerrogativas do Senado. Já Weverton argumentou que a resposta não poderia parecer uma retaliação: "Vamos pedir mais uma sessão de debates na volta do recesso. Assim damos luz ao relatório e amadurecemos teses com as quais antes não concordávamos. Não podemos dar motivo para dizerem que fizemos de afogadilho para atender governo A ou B."

O tema deve retornar ao centro da agenda assim que o Senado voltar do recesso, mas agora com Weverton Rocha prometendo uma solução "de Estado", construída de forma menos reativa e mais negociada. "Vamos estar todos mais maduros. O relatório virá no momento certo. Este não é um debate menor."

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Eduardo Girão Weverton Rocha Rodrigo Pacheco CCJ Lei do Impeachment impeachment Gilmar Mendes Senado

LEIA MAIS

TENTATIVA DE GOLPE

Amin vai relatar no Senado projeto que reduz pena de Bolsonaro

CRIANÇA E ADOLESCENTE

Comissão aprova proteção a criança vítima de violência no exterior

CPI do Crime Organizado

Lewandowski presta esclarecimentos à CPI do Crime Organizado

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Relator apresenta parecer da PEC da Segurança Pública; veja o que muda

2

CARTEIRA DE HABILITAÇÃO

Nova CNH: governo lança app com curso teórico gratuito

3

Energia Elétrica

Comissão aprova inclusão de prossumidores nos conselhos de energia

4

CÂMARA

Motta define relator de projeto que corta incentivos fiscais

5

COMITÊ GESTOR

Reforma tributária: Câmara corre para aprovar IBS ainda este ano

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES