Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Na pauta da CCJ nesta quarta, PL da Dosimetria tem votação incerta

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

SENADO

Na pauta da CCJ nesta quarta, PL da Dosimetria tem votação incerta

Texto aprovado pela Câmara está na pauta da CCJ, mas não tem apoio das principais bancadas. Impasse pode empurrar a análise do projeto para 2026.

Congresso em Foco

17/12/2025 7:28

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado analisa nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que reduz penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conhecido como PL da Dosimetria. Apesar de constar na pauta da comissão e do plenário, a proposta enfrenta forte resistência entre os senadores e pode ter a votação adiada para 2026.

Até a noite de terça-feira (16), não havia acordo para a deliberação do texto. A bancada do MDB, terceira maior do Senado, com 11 parlamentares, decidiu se posicionar contra a versão aprovada pela Câmara dos Deputados. O líder do partido, senador Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou que, diante do impasse, a votação deve ficar para o próximo ano.

Relator da proposta, Espiridião Amin, e o senador Alessandro Vieira, autor de um um relatório paralelo pela rejeição do texto da Câmara, conversam no Plenário.

Relator da proposta, Espiridião Amin, e o senador Alessandro Vieira, autor de um um relatório paralelo pela rejeição do texto da Câmara, conversam no Plenário.Carlos Moura/Agência Senado

A decisão do MDB enfraqueceu ainda mais as chances de avanço do projeto. O relator da proposta no Senado, Esperidião Amin (PP-SC), admitiu que, sem o apoio de bancadas como MDB e PSD, a votação se torna "muito difícil". Segundo ele, o impasse já foi comunicado ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O PSD, segunda maior bancada da Casa, com 14 senadores, também tem demonstrado resistência. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), criticou publicamente o texto e afirmou que, da forma como está, a proposta não deve ser aprovada na comissão. Para ele, o projeto tende a ser rejeitado.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) apresentou um voto em separado (relatório paralelo) pela rejeição integral da proposta da Câmara. "O Senado Federal não pode incorrer na incoerência de endurecer o discurso contra o crime organizado com uma mão, prometendo rigor à sociedade, mas, com a outra, aprovar uma legislação que abre as portas das prisões sem qualquer razoabilidade", diz Vieira em seu voto. Para ele, o projeto tem "vícios insanáveis".

Governo atua para adiar votação

A base governista trabalha para empurrar a análise do projeto para 2026. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), anunciou que pedirá vista da matéria, o que dá mais tempo para análise. Segundo ele, há possibilidade de o pedido ser acolhido pelo presidente da CCJ, o que transferiria a votação para o próximo ano.

Pelo regimento do Senado, um projeto pode ter sua análise adiada por até cinco dias ou, em caso de urgência, por 24 horas. Como o Congresso encerra os trabalhos legislativos de 2025 na quinta-feira (18), líderes avaliam que não haverá tempo hábil para concluir a tramitação. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), também afirmou que a deliberação deve ficar para o ano que vem.

Brechas e críticas ao texto

Desde que chegou ao Senado, a versão aprovada pelos deputados tem sido alvo de críticas, inclusive de parlamentares que admitem discutir algum tipo de revisão das penas impostas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O principal ponto de contestação é a existência de brechas que ampliam a redução de penas para crimes não relacionados diretamente à tentativa de golpe.

Entre os dispositivos mais criticados estão os que podem acelerar a progressão de regime para condenados por crimes como coação, corrupção ativa, delitos contra a administração pública e incêndio doloso. Parlamentares da base governista avaliam que o texto pode acabar beneficiando integrantes da criminalidade comum e até de facções criminosas.

Diante das críticas, Esperidião Amin passou a negociar mudanças para restringir os efeitos do projeto exclusivamente aos crimes ligados às invasões e depredações do 8 de janeiro. Uma das alternativas em discussão é a adoção de uma emenda apresentada pelo senador Sergio Moro (União-PR). O relator também defende que, caso haja ajustes, o texto siga diretamente para sanção presidencial, sem necessidade de nova análise pela Câmara, hipótese que depende de interpretação sobre a natureza das alterações.

Impacto sobre Bolsonaro

O PL da Dosimetria estabelece que não podem ser somadas as penas dos crimes de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Na prática, se o projeto virar lei, Jair Bolsonaro — condenado a 27 anos e três meses de prisão por cinco crimes relacionados à tentativa de golpe — teria a pena significativamente reduzida.

De acordo com cálculos da equipe do relator na Câmara, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o ex-presidente permaneceria em regime fechado por pouco mais de dois anos. Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde recebeu nessa terça-feira (16) a visita do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmou ter discutido com o pai as estratégias em torno do projeto.

A eventual redução das penas para os condenados por tentativa de golpe será discutida pelo Supremo caso a caso, segundo juristas.

Pressão política e cenário indefinido

A tramitação ocorre em meio a pressão política e social. No último domingo (14), manifestantes realizaram atos em todas as capitais do país contra a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e contra o PL da Dosimetria.

Apesar da resistência, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que conversaria com líderes partidários e disse que seu "desejo" inicial era votar o projeto ainda nesta semana. Aliados do senador chegaram a discutir uma alternativa: rejeitar o texto aprovado pela Câmara e votar um relatório alternativo, com origem no Senado, restrito aos crimes do 8 de janeiro.

Mesmo entre defensores da proposta, há avaliação de que o projeto dificilmente avançará sem mudanças profundas. Além disso, auxiliares do Palácio do Planalto indicam que, caso o texto seja aprovado, o presidente Lula pode vetá-lo, transferindo ao Congresso a decisão final sobre sua validade.

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

PL da Dosimetria Alessandro Vieira Eduardo Braga CCJ MDB Otto Alencar PSD Davi Alcolumbre Senado Jair Bolsonaro

Temas

Congresso

LEIA MAIS

DOSIMETRIA

PL da Dosimetria aprovado na Câmara pode beneficiar além do 8/1

ECONOMIA

Hugo Motta comemora avanço da regulamentação da reforma tributária

Projeto de lei

CCJ da Câmara aprova equiparação da aquicultura à agropecuária

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

INDÚSTRIA REDPILL

Erika Hilton propõe proibir monetização de conteúdo misógino

2

Vídeo

Zezé critica ida de Lula ao SBT e acusa emissora de "prostituição"

3

SENADO

PL da Dosimetria: Alessandro Vieira prepara relatório pela rejeição

4

PL da Dosimetria

Otto Alencar: PL da Dosimetria "não tem chance" de passar na CCJ

5

PRESA NA ITÁLIA

Renúncia de Zambelli foi estratégica, diz PL; inelegibilidade continua

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES