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Congresso em Foco
28/3/2020 | Atualizado às 14:00
Como se vê, os bancos públicos têm papel fundamental no desenvolvimento do país. Fornecem crédito a juros mais baixos, financiam moradias populares e de alto padrão e investem na agricultura familiar e nas empresas, além de impulsionarem setores informais. Diferentemente dos privados, que atuam apenas para a obtenção de lucro, os bancos públicos podem participar de uma estratégia nacional tanto nos momentos de retração quanto de expansão.
A realidade mostra como é equivocada posição da equipe econômica e da atual direção da Caixa, que desde 2019 promovem o fatiamento da Caixa por meio da venda de suas subsidiárias, como a Caixa Seguridade. Entregar aos bancos privados as peças fundamentais da nossa economia resultará em impacto negativo para população, como o encarecimento da moradia. Representará, ainda, prejuízos vultosos ao desenvolvimento dos estados e municípios e aos pequenos negócios, afetando toda a sociedade em um efeito cascata.
Se for efetivada a privatização de partes rentáveis de Caixa, quem for comprar uma casa própria, por exemplo, deverá pagar mais caro pelo financiamento. Nos últimos anos, apenas a Caixa - que financia 70% de toda habitação no país e 90% das unidades para famílias com baixa renda -, direcionou R$ 370 bilhões para essa finalidade. Enquanto isso, no mesmo período, bancos como Itaú, Santander, Bradesco e HSBC responderam por menos de um quarto deste montante: só R$ 86 bilhões.
O trabalho da Caixa de impulsionar o desenvolvimento econômico dos municípios é facilitado pelo fato de o banco estar presente em todo o território nacional. Quando se vai a uma pequena cidade do interior, lá tem uma Caixa ou um BB. Isso é fundamental para a cidadania e para a economia.
Economia que se tornou ainda mais vulnerável com as reformas trabalhista e da Previdência, combinada com políticas fiscais equivocadas, a exemplo do Teto de Gastos (Emenda Constitucional 95). Cortar investimentos essenciais e fazer mais reformas contra o Estado Democrático de Direito, como pensa a equipe econômica, não é resposta para a crise do país.
Sem políticas públicas e com o desmantelamento da Caixa e de outros bancos públicos, o Brasil se tornará ainda mais vulnerável a turbulências do mercado financeiro global. A saída possível - oferecida pelos bancos públicos em outras conjunturas igualmente difíceis - decorre de um projeto nacional de crescimento com inclusão, baseado em investimento público, financiamento da produção e das famílias, geração de empregos e aumento da renda da população.
Neste momento de nova e robusta crise, é vital perceber a importância das instituições financeiras públicas para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) avalia que a conjuntura impõe a necessidade de maior controle estatal e democrático de toda a atividade produtiva e financeira do país. Por isso, defender os bancos públicos é defender não só a economia do país, mas uma sociedade justa e solidária, com garantia de bem-estar para cada cidadão brasileiro.
* Jair Pedro Ferreira é presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae)
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