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Congresso em Foco
25/11/2018 | Atualizado às 16:48
Pesquisa mostra que 84% dos eleitores de Bolsonaro acreditam no kit gay
Os dados levantados fazem parte do estudo que deu origem ao trabalho de conclusão de curso Fact-checking - o conhecimento do leitor e o consumo de notícias verificadas, da estudante do curso de jornalismo Denise Becker, da Universidade Positivo, de Curitiba. A pesquisa coincidiu com o período em que as notícias falsas (as fake news) tiveram um protagonismo inédito nas eleições brasileiras. [caption id="attachment_363314" align="alignright" width="357"]
O smartphone é o dispositivo mais utilizado para ler e buscar informações na internet pelos consumidores de notícias checadas[/caption]
Depois de definir uma amostragem com base em dados socioeconômicos de leitores no país, Denise ouviu 324 pessoas de todas as regiões do Brasil entre julho e agosto. A amostra levou em conta indicadores como escolaridade, cor/raça, posicionamento político, renda, idade e hábitos de consumo.
O combate à desinformação na internet: o que fazer daqui pra frente?
Desafios O estudo indica algumas saídas para uma maior efetividade na checagem de notícias. Textos com muitos hiperlinks e dados podem representar uma barreira aos leitores devido ao baixo índice de leitura das pessoas no país. Segundo a Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil e o IBGE, de 2016, 44% dos brasileiros não leem e 30% nunca compraram um livro. De acordo com Denise, o YouTube, a televisão e o WhatsApp podem ser utilizados de maneira intensiva para aproximar o público do jornalismo de checagem. "Um fact-checking mais humanizado, em que o jornalista se mostre mais às pessoas, inclusive divulgando outros trabalhos que já realizou e quais foram suas contribuições para melhorar a qualidade do debate público, quais leis foram alteradas, crimes solucionados, denúncias acolhidas e como o seu trabalho mudou realidades", sugere a estudante de jornalismo. Apesar de já haver alguns estudos sobre a checagem de notícias no Brasil, as pesquisas têm se detido em aspectos mais particulares, como a metodologia do fact-checking e seus processos. Existe pouco estudo dedicado a entender quais razões levam as pessoas a consumirem notícias verificadas, pondera a estudante. "Nossa pesquisa buscou contribuir para a compreensão sobre como e por que as pessoas consomem notícias verificadas", explica Denise. Fake news [caption id="attachment_361318" align="alignleft" width="357"]
Pesquisa IDEIA Big Data/Avaaz mostrou que 84% dos eleitores de Bolsonaro acreditaram na existência do kit gay[/caption]
O fact-checking virou um antídoto à desinformação, às chamadas fake news (notícias falsas). A atividade se dá no ambiente digital, com ênfase em temas políticos, na verificação de discursos que já tenham sido proferidos e no confronto com base em dados oficiais, pesquisas e consultas a especialistas, classificando-se por meio de etiquetas a veracidade ou a falsidade da notícia.
O trabalho, orientado pelos professores e jornalistas Rosiane Correia de Freitas e Hendryo André, analisou os sites É ou Não É (editoria substituída para Fato ou Fake no G1), É Isso Mesmo? (blog O Globo), Prova Real (NSC Comunicação), Aos Fatos, Agência Pública e Agência Lupa.
"Nos últimos dez anos se tornou muito fácil propagar qualquer tipo de conteúdo na internet. Os algoritmos sabem o que viraliza e já foi comprovado que posts com conteúdos emocionais, os mais populares, aqueles que dão vontade de compartilhar, os polêmicos, os radicais, são o tipo de conteúdo que podem ser revertidos em lucro", observa Denise.
Incompreensão
Para ela, o enfrentamento às fake news exige das pessoas a compreensão sobre o que é o jornalismo e o que faz um jornalista. "Outras profissões são muito mais claras sobre o seu papel. A propagação de mentiras sempre existiu, a propaganda política sempre existiu e as pessoas seguem acreditando naquilo que vai ao encontro de suas crenças existentes desde a infância", diz. "Envolvem questões cognitivas, pois o cérebro humano tem a necessidade de receber informações confirmatórias que se harmonizem às opiniões e crenças existentes do indivíduo", acrescenta.
Na avaliação de Denise Becker, também é preciso investir em educação e na responsabilização das empresas de tecnologia para coibir o avanço das notícias falsas. "A solução para o contexto da desinformação é uma ação conjunta, educativa, de Justiça e de responsabilização das empresas de tecnologia e não apenas do jornalismo. Entender e investigar a internet é mais importante do que mostrar 'verdades e mentiras'. A sociedade precisa compreender este novo ecossistema e suas engrenagens."
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