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Congresso em Foco
18/10/2016 8:00
[fotografo]Divulgação[/fotografo][/caption]Acrescenta-se às indagações a seguinte pergunta: por que em um total de 15 projetos de lei aprovados no Congresso Nacional no ano de 2016, após negociação com o Executivo, apenas o que reajustava a remuneração dos defensores, cujo impacto era absolutamente menor em relação ao das demais carreiras federais, foi vetado pelo presidente da República? O raciocínio há tempos é apenas um: porque não há vontade política em fortalecer a DPU, não há interesse em promover uma equivalência de forças com as demais instituições. Afinal, a defesa do direito do cidadão carente é de menor importância - e incomoda. E assim assistimos a uma invisibilidade institucional, assemelhada a um processo de asfixia lento e velado no decorrer dos anos.
Não faltam motivos para o desinteresse do governo federal em aparelhar a DPU. Nós, defensores, andamos na contramão do retrocesso, da ausência de cidadania, da falta de informação, dos intermináveis "nãos" dirigidos a quem já não tem nada. Somos os únicos agentes com a atribuição de insurgir contra a violação do direito individual de qualquer cidadão anônimo - aquele cuja história não estampa manchetes, pois já se acostumou a uma vida regada às mais duras privações.
A diferença no tratamento não é pontual e nem pode ser justificada pela crise. Basta observarmos os números dispostos acima. Todavia, em um Estado Democrático de Direito, a Constituição vale para todos. Não é demais lembrar ao governo federal que o Estado deve praticar e preservar a isonomia de tratamento no serviço público. Não é dado ao poder público fazer qualquer distinção entre os servidores que não seja estritamente prevista no próprio texto constitucional ou na lei. Os profissionais da Defensoria Pública da União são essenciais à função jurisdicional do Estado e indispensáveis ao equilíbrio da balança da Justiça e à redução das desigualdades sociais.
O veto ao projeto dos defensores deve ser apreciado na próxima sessão do Congresso Nacional. Esperamos que o Congresso não permita que o injustificável e incoerente tratamento dispensado aos defensores públicos federais, que já perdura por quase três décadas da ordem constitucional vigente, prospere mais uma vez. Que os parlamentares não fechem os olhos e enxerguem a Defensoria Pública da União como ela é: um instrumento indispensável de acesso a direitos em favor dos 140 milhões de brasileiros pobres e miseráveis que necessitam de seus serviços.
* Presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef).
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