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8 de janeiro
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Gabriella Soares
6/1/2024 | Atualizado às 15:05
Anderson Torres foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/PR[/caption]
O ex-ministro só foi solto em maio, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. A liberdade veio com a perda do cargo de delegado da PF, além da obrigação de utilizar tornozeleira eletrônica.
Durante as investigações, a PF encontrou na casa de Torres uma minuta para que Bolsonaro decretasse estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo da ação era reverter a vitória do presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.
"Eu nunca questionei o resultado das eleições", disse Torres durante a CPMI dos Atos golpistas. Ele negou saber a autoria da minuta, que disse estar em sua casa para "descarte".
Mas essa não foi a única indicação de que um golpe era estudado pela cúpula do governo Bolsonaro. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso em maio em uma investigação sobre fraudes no cartão de vacina do ex-chefe do Executivo.
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Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid em sessão da CPMI dos Atos Golpistas. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado[/caption]
Durante o período em que ficou preso, Cid assinou um acordo de delação premiada. Nela, o ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro se reuniu, em 2022, com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar de seu governo para discutir detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção militar.
Segundo a delação à Polícia Federal, logo após o segundo turno das eleições presidenciais em que saiu derrotado, o então presidente Jair Bolsonaro recebeu de um assessor uma minuta de decreto para convocar novas eleições, que incluía a prisão de adversários. O assessor que entregou a minuta, segundo Cid, foi Filipe Martins, assessor para assuntos internacionais do governo Bolsonaro, réu por gesto racista.
De acordo com a delação, Mauro Cid afirmou que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, manifestou-se favoravelmente ao plano golpista durante as conversas de bastidores, mas não houve adesão do Alto Comando do Exército. A reunião se deu em 2022, antes do 8 de Janeiro.
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Então presidente Jair Bolsonaro durante encontro realizado em fevereiro de 2019 com Fernando Azevedo, Ministro da Defesa; Ilques Barbosa Júnior, Comandante da Marinha; Edson Leal Pujol, Comandante do Exército; Antonio Carlos Moretti Bermudez, Comandante da Aeronáutica; Cláudio Portugal de Viveiros, Chefe interino do Estado-Maior, e Almir Garnier Santos, Secretário-Geral do Ministério da Defesa. Foto: Marcos Corrêa/PR[/caption]
Protagonismo do STF
A delação de Cid, assim como outras provas e processos, tramitam no Supremo Tribunal Federal. A Corte tem dois inquéritos para investigar a tentativa de golpe de Estado. Ambos estão sobre a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
O ministro, que foi um dos principais alvos do bolsonarismo antes e durante os atos golpistas, relatou 30 condenações de pessoas envolvidas no 8 de Janeiro até o momento. Também teve protagonismo nas prisões de Torres e na delação de Cid.
Um dos inquéritos sobre os atos golpistas sob responsabilidade de Moraes é o que investiga a publicação de Bolsonaro sobre o 8 de Janeiro.
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Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes; o ex-presidente é alvo de investigação sobre o 8 de Janeiro, que tem como relator o ministro do STFTags
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