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26/7/2006 | Atualizado às 17:10

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Renaro Cardozo e Sylvio Costa

Em busca do quarto mandato de governador de Tocantins, José Wilson Siqueira Campos (PSDB), 77 anos, informou que é "empresário" ao apresentar o pedido de registro da candidatura à Justiça eleitoral. Sua declaração de bens, no entanto, não aponta participação do ex-governador em nenhuma empresa.

Já o relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB), 62, que concorre ao  governo de Rondônia, ainda não forneceu à Justiça a lista dos bens que possui. De acordo com a legislação eleitoral, ela deveria ter sido entregue até o último dia 5, acompanhando o pedido de registro da candidatura.

Esses são apenas dois exemplos, aos quais voltaremos à frente, de fatos curiosos identificados pelo Congresso em Foco ao levantar as declarações de bens dos 84 candidatos a governador e senador da região Norte. Há várias outras surpresas.

Uma delas é a ausência de qualquer referência ao senador Arthur Virgílio (PSDB), candidato a governador do Amazonas. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seu nome sequer aparece na lista dos concorrentes ao governo do estado. Procurada pela reportagem, a assessoria do TSE disse que só o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas poderia esclarecer por que isso estava ocorrendo. No TRE, porém, a assessoria de imprensa informou que todos os documentos referentes a Virgílio, incluindo a declaração de bens, haviam sido recebidos e encaminhados ao TSE. 

O senador Romero Jucá (PMDB), 51, candidato ao governo de Roraima, afirma ter em espécie um valor inusitado, ainda mais nestes tempos em que juros elevados garantiriam uma confortável remuneração para esse dinheiro: R$ 485 mil.  

O candidato do PFL do Acre ao Senado, Francisco Chagas Freitas, declarou à Justiça eleitoral um patrimônio de R$ 6.305.000,00, o terceiro maior da região. Desse total, R$ 6 milhões são o valor de uma "coleção de arte contemporânea alemã". Fora isso, dois imóveis, 3.000 livros avaliados em R$ 60 mil (R$ 20 por volume) e uma discoteca de R$ 30 mil, com 600 unidades (cada disco, portanto, valendo R$ 50).

A origem dos recursos

Com base nas declarações oficiais entregues à Justiça, mostramos nas matérias anteriores que os recursos dos candidatos com maior patrimônio no Sudeste (saiba mais) têm origem, sobretudo, no mercado financeiro, em atividades como hotelaria e comunicações e em imóveis. No Sul, o concorrente mais rico vem da área de serviços urbanos (saiba mais), mas o setor rural também é fonte importante de recursos para outros candidatos que se situam à frente da lista dos mais ricos. No Centro-Oeste (saiba mais), é flagrante e absoluto o vínculo entre agropecuária e as maiores fortunas.

No caso da região Norte, os patrimônios pessoais mais elevados têm outras fontes, como energia e mineração.

O candidato mais rico da região (considerando somente os cargos de governador e senador) é o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), 47, que disputa a reeleição. A maior parte dos seus bens, que totalizam R$ 19,5 milhões, provém de participações societárias em empresas geradoras de energia elétrica ou produtoras de material elétrico.

Um só item responde por quase a metade do patrimônio total declarado pelo candidato: são avaliadas em R$ 9,3 milhões as cotas de 62% do capital da Hidrossol, uma indústria de tubos e conexões com sede em Marília, SP, que têm nas distribuidoras elétricas seus principais clientes. Outros R$ 4,3 milhões vêm de cotas de capital em pequenas centrais hidrelétricas.

Bem menor peso no valor total do patrimônio têm os demais bens declarados: uma empresa de industrialização e comercialização de britas, uma rádio (Planalto de Vilhena Ltda.) e imóveis urbanos e rurais. Mesmo sendo dono de uma bolada de quase R$ 20 milhões, Ivo Cassol afirma ter somente um automóvel, um Celta 2002, avaliado em R$ 16 mil.  

O segundo mais rico no Norte do país também é de Rondônia: o candidato a senador Acir Marcos Gurgacz (PDT), 44, ex-prefeito de Ji-Paraná. Seu patrimônio, de R$ 7,6 milhões, inclui vários imóveis e veículos e participações societárias em revendedora de pneus, instituição de ensino superior, empresas de transporte, editora jornalística e agência de publicidade.

Mas, de todas as firmas listadas, a que responde pela maior parcela dos seus bens é a Gramazon Granitos da Amazônia S/A. As ações que ele detém da companhia valem perto de R$ 1 milhão. Acir também lançou em sua declaração os direitos de exploração de minérios em uma área bastante significativa (10.000 hectares) aos quais atribuiu o modesto valor de R$ 50 mil.   

Fora da ordem

Como demonstram os casos de Lando e Siqueira Campos, porém, as declarações devem ser analisadas não só em vista do que revelam, mas também do que ocultam.

Ex-ministro da Previdência (fevereiro de 2004 a março de 2005), o advogado Amir Lando, segundo disse a assessoria do seu gabinete no Senado ao Congresso em Foco, atrasou a entrega da declaração de bens porque teve de vir para Brasília e esqueceu de assinar o documento. Resta saber se a Justiça eleitoral perdoará a falha, acatando o registro da candidatura, que já está sob questionamento.

Quanto ao empresário-sem-empresa José Wilson Siqueira Campos, sua declaração é de um homem de classe média. Considerando os valores declarados, seus bens totalizam R$ 431,8 mil. Talvez um sonho de consumo para milhões de brasileiros, mas muito pouco para quem é identificado em Tocantins não somente como chefe de um poderoso grupo político, mas também como o comandante de um forte complexo empresarial.

A família de Siqueira controla empresas de comunicação, além de possuir fazendas e até uma empresa - a Granitos Tocantins - acusada no passado de ter protagonizado um negócio de pai para filho. Administrada pelo filho mais velho, José Wilson Siqueira Campos Júnior, ela foi contratada pelo pai, quando governador (gestão 1999/2002), para fornecer pisos de granito à administração estadual. Segundo reportagem publicada em abril de 2000 pela Folha de S.Paulo, parte das entregas era feita por um caminhão que estava registrado no Detran em nome do próprio Siqueira pai.

Na declaração atual, não aparecem caminhão nem empresa nenhuma. O mesmo ocorre no patrimônio declarado por outro filho do ex-governador, o senador José Eduardo Siqueira Campos (PSDB), candidato à reeleição. Eduardo listou entre os seus bens vários imóveis, veículos e obras de arte, mas nenhum centavo sequer proveniente de cotas de participação empresarial. De qualquer maneira, seu patrimônio (R$ 1,056 milhão) é mais de duas vezes superior ao do pai.   

José Wilson listou apenas quatro bens: uma casa em Palmas (TO), um apartamento em Brasília, uma caminhonete e R$ 260 mil "em aplicações financeiras dos saldos em depósitos de contas correntes e saldo em caixa, em espécie". O valor atribuído ao apartamento não bate com os preços praticados no mercado imobiliário da capital federal. Segundo Siqueira, a unidade, no Edifício Porto Fênix, no Setor Sudoeste, valeria R$ 105 mil. O preço de mercado é pelo menos quatro vezes maior.

Cassol sob suspeita

Vale lembrar que o reconhecimento de posses elevadas não livra por si só o declarante do risco de eventuais suspeitas de omissão de bens ou receitas. É a situação do governador Ivo Cassol, aquele que declarou o mais elevado patrimônio da região Norte.

O Ministério Público já manifestou o temor de que o governador esteja envolvido no comércio ilegal de diamantes e já o denunciou por grilagem e desmatamento ilegal de terras, no sul do Amazonas. Outras investigações permanecem em andamento. 

O quarto mais rico na verdade fez fortuna no Nordeste, mais especificamente no Maranhão. É o ex-presidente da República José Sarney (PMDB), candidato à reeleição como representante do Amapá no Senado. Ele diz possuir R$ 4,6 milhões. Mais de R$ 2,6 milhões têm como origem aplicações financeiras e saldos bancários. 

Sarney admite ser sócio de apenas uma empresa, o Shopping Jaracaty, apesar de sua família controlar um verdadeiro império regional de comunicação no Maranhão (jornal, TV, portal na internet e diversas rádios). No mais, lista exclusivamente imóveis, alguns dos quais chamam atenção pelo baixo valor. Avalia, por exemplo, em menos de R$ 6 mil cada um dos sete lotes que tem no Loteamento Ponta da Areai, em São Luís (MA).

Os outros mais ricos, em ordem decrescente, são: 5º) Eduardo Braga (PMDB), governador e candidato à reeleição, R$ 4,18 milhões; 6º) José Augusto de Oliveira (PRTB-RO), candidato a senador, R$ 3,4 milhões; 7º) Wilkens Mendes Gomes (PDT-PA), candidato ao Senado, R$ 2,2 milhões; 8º) Almir Gabriel (PSDB-PA), candidato ao governo; 9º) Leomar Quintanilha (PCdoB-TO), candidato a governador, R$ 1,97 milhão; e 10º) Carlos Camurça (PSB-RO), candidato ao governo, R$ 1,4 milhão.

Como se vê, dos dez candidatos mais ricos, quatro são de Rondônia: Cassol, Acir, Oliveira e Camurça.

Cobra seca e muitas jóias

No que se refere a Camurça, o patrimônio citado acima leva em conta a retificação que o candidato fez para o Congresso em Foco em relação a uma informação estranha encontrada na lista disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um dos itens, descrito como "embarcação tipo lancha modelo 40h20s", aparece avaliado em zero real. A assessoria de Camurça disse que foi um equívoco, cuja correção o candidato já teria solicitado à Justiça Eleitoral. O valor correto, segundo a assessoria, é R$ 25 mil.

Quintanilha, o comunista com quase R$ 2 milhões de patrimônio, afirmou possuir uma chácara em Palmas (TO) que vale R$ 694,33. Conforme Alcides Silveira Pires, proprietário de uma imobiliária local, a Alvorada Empreendimentos Imobiliários Ltda., nenhuma chácara na área pode valer menos do que R$ 15 mil.

Além dessa chácara, Quintanilha também declarou outra em Araguaína pelo valor de R$ 6.939,72. Porém, segundo o corretor Alexandre Paranaguá, da Canela Imóveis (localizada em Araguaína), para ter esse valor, no mínimo, o local deve estar vazio. "Esse valor é muito baixo, é muito pouco por um terreno desses. Para valer isso, o lugar não deve ter nada e o dono deve criar calango e cobra seca", ironizou Paranaguá.

Candidato à reeleição, o senador peemedebista Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), declarou um patrimônio relativamente modesto, R$ 333,89 mil. Mas está entre os que mais investem no visual. Seis relógios de ouro (R$ 83.276,10), um relógio de ouro com chapa de brilhante (R$ 27.761,00), um relógio de ouro com platina (R$ 34.698,77), um alfinete de gravata com platina (R$ 2.776,10) e um pregador de gravata (R$ 1.388,08) estão entre os seus bens.

Enquanto isso, 12 candidatos declararam não possuir bem nenhum.

Veja a lista completa dos bens declarados pelos candidatos a governador e senador da região Norte

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