Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
22/4/2018 | Atualizado às 8:57
<< Tribunal de Minas rejeita recurso de Azeredo e confirma condenação no mensalão tucano << Ex-senador Eduardo Azeredo é condenado a 20 anos de prisão"Eu espero que Deus ilumine os desembargadores", disse o tucano ao jornal O Estado de S. Paulo, segundo reportagem veiculada na última quarta-feira (18). O ex-governador se refere aos responsáveis pelo julgamento desta semana no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que examinará a última apelação de sua defesa antes da execução penal. Azeredo disse considerar que sua condenação - que prescreveria em setembro próximo, quando ele completa 70 anos - é uma forma que autoridades encontraram para compensar as prisões impostas a petistas no segundo mensalão, bem como a própria execução penal de Lula, iniciada em 7 de abril. "Os fatos agora mostram isso. Você tem que achar alguém para poder compensar. Não pode ser outra coisa do que uma tentativa de compensação. Os petistas mesmo, vira e mexe, falam isso: 'E o Eduardo Azeredo? E o Eduardo Azeredo?", acrescentou o tucano. Nos termos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o mensalão mineiro consistiu em um esquema de desvio de recursos de estatais mineiras, dinheiro público, para bancar a campanha eleitoral em que Azeredo tentou se reeleger, em 1998, ao Palácio da Liberdade. Segundo a PGR, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) foram algumas das estatais que repassavam o caixa dois. Na ocasião, mesmo no comando da máquina estadual desde 1995, o tucano viu Itamar Franco, morto em 2011, vencer o pleito. Os repasses criminosos usaram agências de publicidade de Marcos Valério, que também atuou no mensalão do PT, e somaram R$ 3,5 milhões, em valores da época. O Congresso em Foco tentou contato com a defesa de Azeredo para comentar o julgamento desta semana, mas não obteve retorno até a conclusão desta reportagem. O ex-governador e seus advogados têm espaço aberto para manifestação neste site a qualquer tempo. Intoxicação O elemento Azeredo se soma ao fator Aécio à medida que se aproximam as eleições majoritárias de outubro. É fato que o foco do noticiário nacional negativo está em Aécio, que já foi alvejado por sete acusações de corrupção desde que virou réu, na última quarta-feira (18). A opinião majoritária no ninho tucano, bem como em outros partidos, é de que Aécio se tornou eleitoralmente inviável devido à gravidade de sua situação. Nesse sentido, Aécio também seria tóxico para a candidatura de correligionários - caso queira tentar a reeleição, por exemplo, terá que subir (e contaminar) o palanque do senador e amigo Antonio Anastasia (PSDB), que vai disputar o governo de Minas. Há quem diga que Aécio não vai insistir em ser candidato e, se isso acontecer, ele perde o foro privilegiado, pois seu mandato no Senado chega ao fim em 2018. E, se não vier a ocupar cargo que lhe garanta o privilégio no próximo ano, seu processo pode cair para a primeira instância, onde procedimentos e condenações são aceleradas em relação aos tribunais superiores. Já Geraldo Alckmin tem sido acusado, principalmente por petistas, de blindagem por parte de investigadores. Salvo da Lava Jato mesmo tendo perdido o foro privilegiado, pois deixou o executivo estadual para disputar a eleição de outubro, o tucano foi beneficiado pela decisão do primo de um aliado em remeter seu caso à Justiça Eleitoral, que não aplica punições pesadas como na área criminal. Mas a estratégia esbarrou na disposição do Ministério Público em São Paulo, que investigará o mesmo objeto apurado na Lava Jato, o crime de caixa dois.
<< Primo de Agripino, vice-procurador diz que não havia elementos para investigar Alckmin por corrupçãoEmbora alguns líderes tucanos já se posicionem publicamente sobre o assunto, há os que temem o que Aécio tem a dizer. E, neste sentido, evitam criticar o senador. Longe de microfones e lentes, no entanto, parlamentares e dirigentes partidários já consideram Aécio fora do páreo, sem qualquer chance de manter a força política ou se reeleger. Sem tantos holofotes e a influência de Aécio e Alckmin no PSDB, Azeredo terá sido, caso sua prisão se concretize, outro forte golpe no partido em termos eleitorais. Mesmo sem ser candidato, Azeredo manteria - e intensificaria - o noticiário negativo em torno dos próceres do partido, com ameaça de perda de poder em dois dos maiores colégios eleitorais do país, Minas e São Paulo. No entanto, segundo deputados federais do PSDB mineiro ouvidos pelo Congresso em Foco, há que se separar os temas e respeitar o trabalho da Justiça. "O PSDB sempre teve uma postura muito clara de que nós respeitamos a Justiça. A gente não faz esse jogo absurdo do PT, que fica jogando contra a Justiça. É claro que a gente espera que Eduardo Azeredo possa, através de sua defesa, conseguir reverter essa situação. Convivi com ele por um tempo, sei que é um homem de bons valores, bons princípios, e nunca vi nada que pudesse levá-lo a uma condição dessa. Mas quem tem que tomar essa decisão é a Justiça", disse à reportagem o vice-líder do PSDB na Câmara e um dos principais aliados de Aécio em Minas, Domingos Sávio. "Não vou fazer o jogo do PT, que diz que a democracia acabou porque alguém do meu partido está enfrentando a Justiça. A Justiça é igual para todos. Este sempre foi o princípio do PSDB e vai continuar sendo", acrescentou o deputado. O também deputado mineiro Paulo Abi-Ackel (PSDB) tem discurso parecido ao de Domingos. Relator do parecer que reverteu em julho de 2017, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o recebimento da denúncia por corrupção feita pela PGR contra Michel Temer, Paulo prefere esperar o pronunciamento do TJ-MG. "Não tenho como prever o que vai acontecer. Apenas espero que a defesa do governador consiga prevalecer sobre a acusação que foi feita. É pelo que eu torço", esquivou-se o deputado. Para Abi-Ackel, o PSDB está preparado para reagir ao período de turbulência que ameaça derrubar Aécio, principalmente, e Alckmin, em menor grau, somada à iminência de prisão de Azeredo. "O partido tem quadros admirados e respeitado, e que inclusive tem a pretensão de ganhar o governo do estado, como é o caso do senador Anastasia. E os que estão respondendo pela denúncias que foram feitas têm que se defender. Temos que aguardar e confiar na Justiça. E confiar nos argumento das defesas deles", concluiu. Precedente Nos termos do que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro de 2016, o acórdão relativo a sentenças de segunda instância permite que Azeredo seja preso e dê início ao cumprimento provisório de sua pena tão logo se esgotem os recursos judiciais no TJ-MG. A exemplo de Lula, que teve pedido habeas corpus para evitar antecipação da pena negado no STF e no Superior Tribunal de Justiça (STF), Azeredo poderia ter sido beneficiado caso esse entendimento fosse revertido, como deseja o grupo por ora minoritário encabeçado pelo ministro Gilmar Mendes no Supremo. Advogado de Azeredo, Castellar Guimarães pede a absolvição de se cliente com o argumento de que a condenação em segunda instância teve como placar dois votos a um, o que lhe assegurou dois tipos de embargos, os infringentes, negados quando a decisão é unânime, e os declaratórios - este, sem poder de alterar a sentença. Na próxima terça-feira (24), a missão da defesa será convencer os dois desembargadores que condenaram Azeredo a reverter suas decisões. "Caso não aconteça, vamos ter que esperar o acórdão para ver o que faremos", disse o defensor ao Estadão na semana passada, referindo-se à publicação do documento que marca a condenação definitiva em segunda instância. Além dos embargos infringentes a serem analisados em dois dias, o criticado arcabouço judicial ainda permite a interposição de mais um pedido de embargos declaratórios sobre os infringentes -algo que, para setores do Direito, só servem à morosidade judicial e, consequentemente, à impunidade. Nesse sentido, Castellar diz entender que só depois de mais esse procedimento a prisão do tucano poderá ser decretada. No caso de Lula, o juiz Sergio Moro determinou sua prisão antes mesmo da publicação do acórdão da segunda instância.
<< Maioria no Supremo aprova cumprimento de pena antes do trânsito em julgado << Gilmar sugere que STF reveja prisão em segunda instância e provoca troca de farpas no julgamento de Lula
Tags
Temas
Câmara dos Deputados
Comissão debate isenção de registro para professor de educação física
SEGURANÇA PÚBLICA
Derrite assume relatoria de projeto que trata facções como terroristas