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Marielle, pobre, negra, LGBT e comprometida com os direitos humanos, foi a escolha perfeita do sistema

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20/3/2018 | Atualizado 10/10/2021 às 16:30

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Polícia prendeu dois suspeitos de participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mas afirma que ainda não é possível dizer se hpuve mandante do crime

Polícia prendeu dois suspeitos de participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mas afirma que ainda não é possível dizer se hpuve mandante do crime
Marielle Franco é a escolha perfeita do sistema. Sua execução interrompe de forma brutal a vida de uma mulher que lutava para tornar o mundo um lugar mais digno para se viver; uma guerreira extraordinária na luta pela igualdade de gênero, de raça e contra o sistema que impõe aos moradores das favelas uma forma de vida atrelada à violência. Menina pobre boa parte da sua vida, mãe adolescente, Marielle falava a partir de seu lugar, de sua realidade. Sua ascensão política desafiava todas as probabilidades. Sua prática, absolutamente fiel aos seus princípios e aos quase 50 mil votos que a colocaram na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, era obviamente um estorvo aos poderosos. Um estorvo que lhe custou a vida. Pessoa pública que se colocava frontalmente em oposição à guerra de terror de Estado contra um povo que vive todos os dias na berlinda, Marielle era um símbolo da mulher negra na política e, nesse sentido, silenciar sua voz é ação diretamente ligada ao genocídio do povo negro. Usada para dar exemplo, e para tentar calar todos que compactuam com seus ideais do direito à vida e à ocupação do espaço das cidades de forma digna, sua morte nos coloca, como sociedade, não apenas diante de um ato abjeto, mas da busca de resposta sobre quem somos e o que queremos para o nosso país, qual nossa ideia de nação, de direito civis, de dignidade, de liberdade de expressão e de ação. Marielle integra a fria e cruel estatística dos que são ameaçados e mortos por se encontrarem na resistência contra os esquemas de poder, os privilégios e toda discriminação, retroalimentada para bancar a ganância de poucos. Atrai, por isso mesmo, um debate que não pode se limitar a fazer justiça no caso concreto dela apenas, mas uma ação de política pública efetiva. Em 2004 o governo Lula criou o Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, da Secretaria de Direitos da Presidência da República, que representa o compromisso do Estado brasileiro de proteger aquelas e aqueles que lutam pela efetivação dos direitos humanos em nosso país, com o objetivo de adotar medidas e articulações que possibilitem garantir a proteção de pessoas que estejam em situação de risco ou ameaça em decorrência de sua atuação na promoção ou defesa dos direitos humanos. A política nacional de proteção aos defensores dos direitos humanos foi instituída pelo Decreto Presidencial nº 6.044, de 12 de fevereiro de 2007. A atuação do programa não está voltada apenas à proteção da vida e da integridade física dos defensores, mas também e, principalmente, à articulação de medidas e ações que incidam na superação das causas que geram as ameaças e as situações de risco. O golpe parlamentar de 2016 interrompeu as políticas de direitos humanos em curso no país e jogou uma grande interrogação nas articulações com órgãos públicos e sociedade civil organizada, no caminho para a consolidação de alicerces dessa política de proteção e para a implementação de ações de investigação, de prevenção e de combate às violações para que os defensores dos direitos humanos possam exercer suas atividades no local de atuação. Junto com nossa correta indignação, ao lado de nossa cobrança para que a morte de Marielle seja investigada, esclarecida e punida, a dor pelos quatro tiros que tiraram sua breve e intensa vida deve ser motor para muito mais que revolta. Deve servir para intensificar a campanha pela volta e consolidação de uma política que evite que se produzam mais vítimas fatais da violência de gênero, de raça, da xenofobia, da misoginia e de toda discriminação que recai sobre o povo pobre. '#Marielle, presente' deve ser o mote para que não sejam produzidas mais Marielles como vítimas fatais, para que suas vozes não sejam caladas, o que só será possível com ações de proteção efetiva em todos os estados, a todos que se encontram em situação de risco e vulnerabilidade por sua atuação em defesa dos direitos humanos.
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Rio de Janeiro Direitos humanos violência LGBT mulheres negros marielle franco violencia no rio Marielle negra favelada assassinato de marielle execução de marielle programa de proteção aos defensores de direitos humanos

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