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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Erick Mota
27/2/2020 | Atualizado 28/2/2020 às 15:50
Quando candidato a presidente, defendeu uma bomba no Congresso. "Se caísse uma bomba H no Parlamento, pode ter certeza, haveria festa no Brasil", disse Bolsonaro em sabatina na Band durante as eleições.
Quando mandatário da República, defendeu manifestações contra a democracia. Essa foi a mais recente, mas não a única e certamente não a última.
Cada vez que Bolsonaro ataca a imprensa, ele ataca a democracia. Cada vez que ele ataca as organizações não governamentais, ele mina a democracia. Cada vez que fala em metralhar a petralhada ou que esquerdista não é pessoa normal, ele corrói a democracia. Bolsonaro tem um projeto de poder e nesse projeto, a democracia não faz morada.
> O abutre não aguenta te ver livre, imagina te ver rei
Ele é o presidente do caos, do medo, da insegurança, do ódio, do rancor, do contra-ataque, menos do sistema democrático de direito. Jair é um menino humilhado por sua história e pequenez, que encontrou no poder uma maneira de impor sua vontade. Assim como uma criança que esperneia no mercado para conseguir o que deseja, Bolsonaro tenta, através das ofensas, conquistar o poder absoluto, pois é incapaz de trabalhar com base no diálogo.
Mas um menino que muito esperneia, pode conseguir o que deseja se seus responsáveis não tiverem o mínimo de firmeza necessária. Nós somos os responsáveis por Jair, nós o colocamos lá, mesmo quem não votou nele. Nós temos que para-lo, antes que ele nos pare.
Não se engane em achar que essa é uma missão fácil. Não se trata de impeachment de um presidente altamente popular. Não se trata de manifestações violentas e revolucionárias contra um governo cheio militares e altamente autoritário. Se trata de impor a esse homem que está ocupando um cargo temporário no comando do país, a disciplina que seus pais, o Exército e a liturgia do cargo falharam em lhe dar.
> Que em 2020 não se exclua ninguém
Essa disciplina se da através de manifestações pacíficas nas ruas e nas redes sociais, campo que o bolsonarismo leva mais a sério do que o mundo real. Essa disciplina se dá cobrando que o deputado que você elegeu, o senador, o governador, o vereador, o prefeito, o presidente de cada uma dessas Casas e os ministros do Supremo Tribunal Federal, repudiem os atos deste transgressor contumaz dos limites que lhe são impostos pela Constituição Federal.
A imprensa está aqui para noticiar os fatos e como um autoritário de meia tigela, Bolsonaro não aguenta lidar a verdade e com as críticas. Ele não sabe ouvir não. Nesta quinta (27), inclusive, fez uma live onde atacou os "nãos" recebidos do Congresso, Judiciário e imprensa.
Na mesma transmissão, Bolsonaro confessou que não tem capacidade de fazer articulação política e nem de governar um país tão grande como o Brasil. Um presidente que confessa sua pequenez desta maneira e que não esconde seu viés autoritário, precisa ser contido pelos pesos e contrapesos que a democracia nos fornece.
Bolsonaro é o agora e tem que ser parado para que não seja o amanhã. Mas as marcas do bolsonarismo ficarão, de uma maneira ou de outra. É o preço que a própria democracia cobra. De toda maneira, isso tem que ser feito dentro do campo democrático, caso contrário, nos igualaremos a ele e eu não estou nem um pouco afim de descer tão baixo.
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