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Congresso em Foco
27/2/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:37
![[fotografo]Adilson Borges[/fotografo] [fotografo]Adilson Borges[/fotografo]](https://static.congressoemfoco.com.br/2020/02/Cataratas_do_Iguac¦ºu_Salto_Floriano_-_Adilson_Borges.jpg) 
 
 [fotografo]Arquivo/MPF[/fotografo][/caption]L´etat, Ces't moi - O Estado sou eu
Infelizmente, em matéria de meio ambiente, tem sido recorrente no Brasil a politização da lei e a judicialização da vida. De forma absolutista, alguns deputados tentam agora emplacar uma "jabuticaba legislativa" para driblar o judiciário e turbinar suas eleições municipais.  Eles buscam ressuscitar o conceito de "estrada parque", para, assim, abrir uma nova estrada rasgando o Parque Iguaçu. Ainda mais grave, como se trata de Lei Federal, a medida afetaria todas as unidades de conservação brasileiras.
Acontece que as decisões judiciais referentes ao que um dia foi a chamada "Estrada do Colono" deixam claríssimo que a criação de uma "estrada parque" onde esse caminho existiu seria totalmente inviável na região. A inviabilidade de uma "estrada parque" consta, inclusive, na decisão de inteiro teor, respaldada por todas as instâncias por onde passou. Entre os motivos estão, por exemplo, os altíssimos custos de uma eventual obra que, de tantas condicionantes necessárias, elevariam a soma para, pelo menos, R$ 50 milhões.
Além disso, devido à velocidade de deslocamento dos veículos dentro de uma unidade de conservação como um Parque Nacional ser muito baixa, o ganho de tempo aproximado na via cogitada, seria de cerca de 20 minutos, de acordo com o cálculo de peritos. Ou seja: é completamente descabida e ilógica tal discussão.
Quando analisados os maquiavélicos projetos de lei - um de autoria do deputado Vermelho (PSD) (984/201) e o outro do ex-deputado Assis do Couto (PDT) (7.123/2010) - é nítido que suas alegações são irracionais e antieconômicas. Fica claro que a iniciativa pode ser um mero casuísmo, ou até um caso claro de improbidade legislativa.
Mas, atenção senhores políticos: de acordo com juristas renomados, os legisladores também podem cometer atos de improbidade quando aprovam um instrumento normativo destinado a beneficiar, de maneira inconstitucional, um grupo de pessoas em detrimento do interesse público. Portanto, qualquer agente público pode ser alcançado pela Lei de Improbidade Administrativa. Até mesmo aquele que tenha sido "eleito", para o exercício de "mandato" (vide o art. 2º da referida Lei). Nenhum governante pode ser considerado juridicamente irresponsável, já que seus atos podem gerar custos e perdas econômicas transgeracionais.
[caption id="attachment_420022" align="alignnone" width="960"]
 [fotografo]Arquivo/MPF[/fotografo][/caption]L´etat, Ces't moi - O Estado sou eu
Infelizmente, em matéria de meio ambiente, tem sido recorrente no Brasil a politização da lei e a judicialização da vida. De forma absolutista, alguns deputados tentam agora emplacar uma "jabuticaba legislativa" para driblar o judiciário e turbinar suas eleições municipais.  Eles buscam ressuscitar o conceito de "estrada parque", para, assim, abrir uma nova estrada rasgando o Parque Iguaçu. Ainda mais grave, como se trata de Lei Federal, a medida afetaria todas as unidades de conservação brasileiras.
Acontece que as decisões judiciais referentes ao que um dia foi a chamada "Estrada do Colono" deixam claríssimo que a criação de uma "estrada parque" onde esse caminho existiu seria totalmente inviável na região. A inviabilidade de uma "estrada parque" consta, inclusive, na decisão de inteiro teor, respaldada por todas as instâncias por onde passou. Entre os motivos estão, por exemplo, os altíssimos custos de uma eventual obra que, de tantas condicionantes necessárias, elevariam a soma para, pelo menos, R$ 50 milhões.
Além disso, devido à velocidade de deslocamento dos veículos dentro de uma unidade de conservação como um Parque Nacional ser muito baixa, o ganho de tempo aproximado na via cogitada, seria de cerca de 20 minutos, de acordo com o cálculo de peritos. Ou seja: é completamente descabida e ilógica tal discussão.
Quando analisados os maquiavélicos projetos de lei - um de autoria do deputado Vermelho (PSD) (984/201) e o outro do ex-deputado Assis do Couto (PDT) (7.123/2010) - é nítido que suas alegações são irracionais e antieconômicas. Fica claro que a iniciativa pode ser um mero casuísmo, ou até um caso claro de improbidade legislativa.
Mas, atenção senhores políticos: de acordo com juristas renomados, os legisladores também podem cometer atos de improbidade quando aprovam um instrumento normativo destinado a beneficiar, de maneira inconstitucional, um grupo de pessoas em detrimento do interesse público. Portanto, qualquer agente público pode ser alcançado pela Lei de Improbidade Administrativa. Até mesmo aquele que tenha sido "eleito", para o exercício de "mandato" (vide o art. 2º da referida Lei). Nenhum governante pode ser considerado juridicamente irresponsável, já que seus atos podem gerar custos e perdas econômicas transgeracionais.
[caption id="attachment_420022" align="alignnone" width="960"] [fotografo]Divulgação/WWF[/fotografo][/caption]Pacta Sunt Servanda - O Respeito à coisa julgada
Já a Constituição Federal, no seu artigo 5, inciso XXXVI, prevê que "a lei não prejudicará a coisa julgada", protegendo, desta forma, os direitos adquiridos e deixando claro a importância deste princípio, que procura dar segurança jurídica às nossas instituições.
A desculpa da necessidade de desenvolvimento econômico para Serranópolis e Capanema tampouco se sustenta. Na decisão do TRF-4 que determinou o fechamento definitivo da estrada em 2001, amplas provas foram produzidas mostrando que cidades da mesma região não afetadas pela possível estrada, tiveram índices desenvolvimento igual ao das principais interessadas na sua construção. Está lá. Tudo por escrito e sacramentado nos autos. Mas, passadas décadas desse debate, será que nossos políticos e seus assessores não sabem disso?
Na verdade, parece que, em tempo de eleição, qualquer plataforma eleitoral pode ser definida como bandeira para iludir os mais desavisados. Que legislador é esse que legisla aniquilando o que já está consolidado dentro e fora dos tribunais, a partir de anos de discussões, reuniões, conquistas setoriais, julgamentos e negociações coletivas?
Infelizmente, a política e o discurso anti-ambiental do governo federal, tem sido a senha para que todos os interesses retrógrados que têm sido combatidos há décadas pela sociedade civil, voltassem à tona. Nesta leva, conquistas civilizatórias estão sendo postas em xeque por políticos interessados apenas em interesses privados e capital eleitoral.
Para atingirem seus objetivos, a tática é iludir e deslumbrar as pessoas de suas bases, com campanhas pré-eleitorais travestidas de audiências públicas. Eles não se importam com o país. Caso contrário, estariam preocupados com nossa já desgastada imagem no exterior. Preocupam-se, prioritariamente, com seus financiamentos de campanhas/ Querem eleger a si mesmos e aos seus, garantindo-lhes empregos e privilégios.
 [fotografo]Divulgação/WWF[/fotografo][/caption]Pacta Sunt Servanda - O Respeito à coisa julgada
Já a Constituição Federal, no seu artigo 5, inciso XXXVI, prevê que "a lei não prejudicará a coisa julgada", protegendo, desta forma, os direitos adquiridos e deixando claro a importância deste princípio, que procura dar segurança jurídica às nossas instituições.
A desculpa da necessidade de desenvolvimento econômico para Serranópolis e Capanema tampouco se sustenta. Na decisão do TRF-4 que determinou o fechamento definitivo da estrada em 2001, amplas provas foram produzidas mostrando que cidades da mesma região não afetadas pela possível estrada, tiveram índices desenvolvimento igual ao das principais interessadas na sua construção. Está lá. Tudo por escrito e sacramentado nos autos. Mas, passadas décadas desse debate, será que nossos políticos e seus assessores não sabem disso?
Na verdade, parece que, em tempo de eleição, qualquer plataforma eleitoral pode ser definida como bandeira para iludir os mais desavisados. Que legislador é esse que legisla aniquilando o que já está consolidado dentro e fora dos tribunais, a partir de anos de discussões, reuniões, conquistas setoriais, julgamentos e negociações coletivas?
Infelizmente, a política e o discurso anti-ambiental do governo federal, tem sido a senha para que todos os interesses retrógrados que têm sido combatidos há décadas pela sociedade civil, voltassem à tona. Nesta leva, conquistas civilizatórias estão sendo postas em xeque por políticos interessados apenas em interesses privados e capital eleitoral.
Para atingirem seus objetivos, a tática é iludir e deslumbrar as pessoas de suas bases, com campanhas pré-eleitorais travestidas de audiências públicas. Eles não se importam com o país. Caso contrário, estariam preocupados com nossa já desgastada imagem no exterior. Preocupam-se, prioritariamente, com seus financiamentos de campanhas/ Querem eleger a si mesmos e aos seus, garantindo-lhes empregos e privilégios.
 Mas, em termos de marketing eleitoral, a ideia também não parece nada inteligente. Basta imaginar a transmissão internacional ao vivo das Cataratas do Iguaçu em primeiro plano. Logo em seguida, tratores e motosserras destruindo o parque. Tudo filmado com drones de última tecnologia e repetido à vontade. Que tal ter a nossa imagem associada a isso?
Numa sociedade hiperconectada como a atual, não podemos nos alienar da atual questão ambiental, que pauta a mídia global. É ruim para a "grife" Brasil e para os negócios. Arranhar a imagem do Parque Iguaçu, talvez seja bom apenas para os argentinos de Puerto Iguazu, que disputam nossos turistas estrangeiros. Pode ser que europeus e americanos, por exemplo, não se sintam à vontade para gastar seus euros e dólares em um país onde não se respeita nem a natureza, nem a Justiça.
*Diretor-executivo do Observatório de Justiça e Conservação (OJC).
>Partidos da direita e do centro formam novo bloco com quase 70% da Câmara
Mas, em termos de marketing eleitoral, a ideia também não parece nada inteligente. Basta imaginar a transmissão internacional ao vivo das Cataratas do Iguaçu em primeiro plano. Logo em seguida, tratores e motosserras destruindo o parque. Tudo filmado com drones de última tecnologia e repetido à vontade. Que tal ter a nossa imagem associada a isso?
Numa sociedade hiperconectada como a atual, não podemos nos alienar da atual questão ambiental, que pauta a mídia global. É ruim para a "grife" Brasil e para os negócios. Arranhar a imagem do Parque Iguaçu, talvez seja bom apenas para os argentinos de Puerto Iguazu, que disputam nossos turistas estrangeiros. Pode ser que europeus e americanos, por exemplo, não se sintam à vontade para gastar seus euros e dólares em um país onde não se respeita nem a natureza, nem a Justiça.
*Diretor-executivo do Observatório de Justiça e Conservação (OJC).
>Partidos da direita e do centro formam novo bloco com quase 70% da Câmara
 
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