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Sem margem para errar mais

Por Lydia Medeiros: "O quadro é ruim para o governo e para o PT, e Lula tem apenas 20 meses para reverter a insatisfação do eleitorado".

Lydia Medeiros

Lydia Medeiros

27/2/2025 | Atualizado às 13:59

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Lula tem se esforçado para mostrar otimismo. Vem dizendo que este será o ano da colheita de seu governo e parece acreditar que uma renovada estratégia de comunicação poderá dar ânimo à metade final do seu terceiro mandato. É possível, mas ainda não surtiu efeito prático que espera, mostram as pesquisas. Segundo levantamento Genial/Quaest deste mês, a reprovação ao presidente supera 60% em seis dos oito estados (SP, MG, RJ, PR, RS e GO). Na Bahia e em Pernambuco, onde Lula sempre foi muito bem avaliado, está acima de 50%. Juntos, os oito estados pesquisados representam 58% do eleitorado brasileiro.

Lula vive um quadro complicado, revelado pelas últimas pesquisas.

Lula vive um quadro complicado, revelado pelas últimas pesquisas. Jose Cruz/Agência Brasil

A mensagem da pesquisa é o desejo de mudança: mais de 78% dos entrevistados dizem esperar um governo Lula diferente nos próximos 22 meses. A avaliação amplamente majoritária é a de que o país está no rumo errado, e a escalada no custo de vida sustenta essa insatisfação. Nos oito estados, mais de 90% reclamam da alta nos preços dos alimentos, e a maioria (até 60%) percebe uma piora na situação econômica pessoal e familiar nos últimos 12 meses, apesar do crescimento da economia local.

É o peso da inflação no bolso do eleitorado. A prévia do índice para fevereiro (IPCA-15) é de 1,23%, influenciada pelo preço da conta de luz: alta de 16,33%. Os alimentos subiram 0,61%, abaixo do patamar de 1,06% registrado em janeiro. Gastos com educação também tiveram aumento, pelo reajuste de mensalidades.

Impera uma sensação de falta de rumo com o vaivém de medidas governamentais. Por exemplo, sobre como reduzir o preço dos alimentos. Houve uma série de declarações desastradas e ideias duvidosas vazadas. Uma das últimas foi sobre taxar as exportações de alguns alimentos. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que se feito deixaria o governo. A reforma ministerial é outro foco de contradições. Lula fritou a ministra da Saúde em praça pública. Ficou ao lado dela numa cerimônia para anunciar vacinas. Acabada a festa, Nísia foi demitida. Alexandre Padilha, deputado petista que também é médico, vai substituí-la. Se vai mudar o rumo da política de saúde, ninguém sabe. Lula reforma o Ministério para garantir apoio no Congresso. Está usando o PT, mais uma vez, para limitar o avanço do Centrão na partilha, mas ainda não está visível o resultado dessa disputa.

A corrosão acelerada da popularidade de Lula tem múltiplas razões do bolso da população à fadiga política. No início do terceiro ano do seu mandato, em janeiro 2021, Jair Bolsonaro era rejeitado por cerca de 40% da população, segundo o Datafolha. Em novembro daquele ano, a Quaest mostrou que 69% não gostariam de dar um novo mandato a Bolsonaro, e 73% achavam que a economia havia piorado. Agora, na média das pesquisas, mais de 60% do eleitorado rejeita a ideia de um quarto governo Lula.

Bolsonaro protagonizou o desastre da pandemia. Na campanha para reeleição aumentou exponencialmente os gastos com assistência social com a justificativa de estímulo à economia. Lula segue o roteiro, originalmente criado por ele nos dois primeiros governos. Para Bolsonaro, não adiantou. Perdeu a reeleição, embora por pequena margem (1,66%). O quadro é ruim para o governo e para o PT, e Lula tem apenas 20 meses para reverter a insatisfação do eleitorado. Já não tem espaço para errar.

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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