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Estrangulamento fiscal no centro do debate

Debate sobre déficit reacende alerta para reforma fiscal e corte de gastos.

Marcus Pestana

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28/6/2025 9:00

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A semana foi marcada por um intenso debate sobre a situação orçamentária do governo federal. Não estamos à beira do abismo, mas a trajetória projetada é em direção ao estrangulamento fiscal.

Trabalhadores, donas de casa, chefes de família, sabem muito bem que não é possível gastar mais do que se ganha, ano após ano. Isto resulta em endividamento progressivo que acaba virando uma bola de neve, fora de controle. Quanto mais alta a dívida, mais altos os juros em função do risco envolvido. A situação do governo federal é semelhante. Desde 2014 estamos no vermelho. E fecharemos 2025 novamente em posição deficitária. O primeiro passo para estabilizar a dívida pública é fechar o ralo, estancar a sangria.

Diante de uma situação assim não há mágica, nem é necessário reinventar a roda, só há duas saídas: aumentar a arrecadação ou cortar despesas.

A primeira alternativa não é fácil. O Brasil já tem a maior carga tributária entre os países emergentes. São 34,24% do Produto Interno Bruto, segundo o Observatório de Política Fiscal do IBRE/FGV, para financiar a máquina e as políticas públicas.

O governo editou decreto aumentando o Imposto sobre Operações Financeiras. Houve reação no Congresso e na sociedade. O governo recuou parcialmente. Compensou publicando uma Medida Provisória com aumento de outros impostos.

Sem ajuste, Brasil pode enfrentar paralisia orçamentária já em 2027.

Sem ajuste, Brasil pode enfrentar paralisia orçamentária já em 2027.Freepik

Na última quarta-feira, 25 de junho, a Câmara dos Deputados derrubou o decreto do IOF pelo expressivo placar de 383 votos a favor e apenas 98 votos contra. No Senado Federal, a votação foi simbólica, consolidando o cancelamento do aumento do IOF. O Congresso Nacional é um espelho da sociedade. Deputados e senadores já tinham sinalizado na Reforma Tributária que não admitem mais o aumento da carga tributária, ao introduzir uma trava. Agora, mais uma vez interpretando o sentimento majoritário na sociedade, derrubou o decreto do IOF.

Na terça-feira, a Instituição Fiscal Independente (IFI) publicou seu Relatório de Acompanhamento Fiscal com as projeções, até 2035, dos principais indicadores fiscais e orçamentários. Os números confirmam a marcha insustentável das finanças públicas federais dentro das atuais regras do jogo. O déficit primário será de 0,66% do PIB em 2025 e crescerá para 2,7% em 2035. As receitas líquidas que representam 18,3% do PIB tendem a cair para 17,7% em 2035. Enquanto isso, as despesas que se encontram no patamar de 18,9% do PIB continuarão a crescer e atingirão 20,4% em 2035.

Orçamento no vermelho, receitas caindo, despesas crescendo, resultado: dívida explodindo. A IFI estima um crescimento da Dívida Bruta do Governo Geral dos 77,6% ao final de 2025 para 124,9% em 2035.

A realidade pede uma profunda reforma fiscal. Não há saída neutra e indolor. A via de aumento de impostos parece obstruída. Só há uma saída, rever o perfil das despesas. Como? Reavaliando as despesas tributárias (incentivos e renúncias fiscais), revisitando o desequilíbrio da previdência, promovendo a reforma administrativa com o aumento da produtividade dos recursos fiscais, desindexar e desvincular despesas orçamentárias, rever programas ineficientes.

Só um amplo diálogo envolvendo Congresso, Palácio do Planalto e sociedade pode arquitetar saídas que evitem o estrangulamento operacional, já em 2027, e a deterioração completa das finanças públicas, nos médio e longo prazos.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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