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Luiz Carlos Mendonça de Barros
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Trump 2025: um retorno que ameaça muito mais que apenas os EUA
Luiz Carlos Mendonça de Barros
Luiz Carlos Mendonça de Barros
O choque das tarifas de Trump e o risco de um nacionalismo econômico
Política econômica
14/7/2025 10:17
Donald Trump voltou à presidência dos Estados Unidos com uma agenda econômica agressiva, marcada por um protecionismo radical e pela promessa de corrigir o que considera "desequilíbrios históricos" provocados pela globalização. Em um movimento que surpreendeu até mesmo aliados históricos, o presidente americano lançou um novo pacote de tarifas que ameaça redesenhar os fluxos do comércio global.
Trump enviou fora dos canais diplomáticos tradicionais cartas aos governos de 14 países, incluindo Japão, Coreia do Sul e Brasil - este último, um dos poucos com quem os EUA ainda mantêm superávit comercial. A ameaça: impor uma tarifa adicional de até 50% sobre produtos importados.
Entre as principais medidas anunciadas, estão:
Por que os mercados ainda não reagiram negativamente como aconteceu em abril?
Apesar da magnitude das ameaças, os mercados financeiros globais têm demonstrado uma calma intrigante. Diferente de abril, quando rumores sobre tarifas provocaram um tombo de quase 20% nas bolsas mundiais, a reação atual tem sido contida. Três explicações são recorrentes entre os investidores:
Mas essa tranquilidade pode ser ilusória. Os dados mostram que a nova política já está em curso - e seus efeitos se acumulam.
Os números por trás da nova ofensiva tarifária de Trump
A retórica protecionista já se traduz em números expressivos:
Trump parece adotar uma lógica direta: usar tarifas como fonte de financiamento para os juros da dívida e contenção dos déficits fiscais, que devem ultrapassar 125% do PIB até 2034. No entanto, essa estratégia ignora as consequências externas - e internas - desse movimento.
Os efeitos colaterais já começaram a atingir a economia americana
Mesmo antes da implementação total das novas tarifas, os sinais de impacto na economia americana são visíveis:
A armadilha da geoeconomia
Esperar que Trump recue com base no risco econômico pode ser um erro estratégico. Se os mercados não reagirem negativamente, nada impedirá a intensificação das medidas tarifárias. E isso pode desencadear uma espiral de retaliações:
Inspirado por teóricos como Paul Tucker, esse conceito resgatado dos anos 1990 mescla conflito político, militar e econômico. A lógica: usar tarifas, regulações e restrições comerciais como armas para consolidar poder nacional. A política externa de Trump parece seguir essa cartilha ao pé da letra.
Uma calmaria enganosa
A escalada tarifária ainda não provocou uma crise global - mas está corroendo gradualmente a saúde econômica americana e tensionando o sistema internacional. Com a dívida pública americana projetada para superar 120% do PIB já em 2032, conforme alertam diversos institutos de pesquisa fiscal, o risco de uma crise de confiança no dólar - base das transações comerciais e financeiras mundiais - é real.
A atual calmaria dos mercados pode ser apenas o prenúncio de uma tempestade. Em um mundo onde o comércio virou arma e os interesses nacionais prevalecem sobre acordos multilaterais, a pergunta que resta é: quem estará preparado para o próximo choque?
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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