Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. Tenho alopecia areata e convivo com ela desde criança | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Cris Monteiro

Quando se ataca um povo, fere-se toda a humanidade

Cris Monteiro

O espaço que cuidamos é o espaço que respeitamos

Cris Monteiro

Até quando São Paulo será refém do medo?

Cris Monteiro

Cidades inteligentes enfrentam as chuvas. E São Paulo?

Cris Monteiro

Riscos de chuvas e falhas elétricas movimentam São Paulo no começo do ano

SAÚDE

Tenho alopecia areata e convivo com ela desde criança

OPINIÃO: É preciso falar abertamente sobre a alopecia areata. Conscientização é o primeiro passo para conter os estigmas. Por Cris Monteiro

Cris Monteiro

Cris Monteiro

28/9/2023 | Atualizado às 15:45

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA

Foto: pimnana (via Pixabay)

Foto: pimnana (via Pixabay)
Setembro é o mês de conscientização sobre a alopecia areata, uma condição autoimune que provoca a queda de cabelo e está associada a diversos fatores. No Brasil, embora não haja estatísticas sobre o número de pessoas que possuem a doença, a Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que em torno de 1% a 2% da população manifeste os sinais e sintomas em algum momento da vida. Uma dessas pessoas sou eu! Comecei a perder cabelo ainda criança, e sei que vou viver com essa condição pelo resto da minha vida. Hoje, me sinto à vontade admitindo que essa é minha condição, uma parte de mim, mais uma das minhas inúmeras características, mas não a única e não uma característica que me defina completamente. No entanto, admito que o caminho até essa aceitação foi longo e cheio de desafios.  Na infância, quando comecei a perder os cabelos, eu obviamente tive muitas dificuldades de elaborar o fato de que eu era diferente das outras crianças e me sentia envergonhada e me tornei uma criança tímida e muito introvertida, com muitas dificuldades de me relacionar com o mundo externo. Conforme eu crescia, embora eu tenha recuperado os cabelos em algumas fases da vida, a alopecia areata foi minha companheira constante. Em um determinado momento ela se agravou muito a ponto de eu começar a perder placas enormes de cabelo, o que não dava mais para disfarçar apenas usando tiaras, lenços ou pintando as áreas sem cabelo, como fiz durante a adolescência. Foi quando decidi comprar a minha primeira peruca, o que foi um marco importante e muito doído dessa trajetória. Já adulta e trabalhando eu juntei dinheiro e decidi buscar ajuda fora do Brasil e fui aos Estados Unidos na busca da tão desejada cura, na esperança de encontrar a solução para o meu problema. Estava certa de que voltaria com um remédio que faria meu cabelo crescer novamente. Mas ao questionar o médico sobre o que usavam lá como tratamento para a alopecia areata, me surpreendi com a resposta. Ele me disse que como eu já convivia com a doença há muito tempo, a única coisa a fazer seria usar peruca! E aquilo era tudo o que eu não queria escutar! Foi muito difícil aceitar aquele diagnóstico. Eu voltei ao Brasil e ainda levei mais 15 anos tentando inúmeros tratamentos até me convencer de que eu teria que aceitar a alopecia areata. Num dia especialmente difícil para mim, andando numa rua perto de casa, finalmente consegui entrar no salão de cabeleireiro e dizer: "raspar minha cabeça!" Com esse gesto libertador aceitei, então, que eu precisava assumir a alopecia areata, que no meu caso não tinha um tratamento eficaz.  Precisei me submeter a tratamentos dolorosos em busca de uma aparência que fosse socialmente aceitável, mas hoje me sinto bem do jeito que sou, tanto interna quanto externamente. Uso uma peruca e, sinceramente, me considero ótima assim! Ao me aceitar, e sendo uma pessoa pública, quero oferecer ajuda a outras pessoas que trilham a mesma estrada que eu percorri. Quero me colocar como essa voz que viveu uma experiência difícil e conseguiu encontrar a paz, convivendo com o que me faz ser diferente da maioria. Minha própria jornada com alopecia areata, desde a infância até a aceitação na vida adulta, foi repleta de desafios, vergonhas e momentos difíceis e constrangedores. Precisamos falar abertamente sobre alopecia areata para que pessoas que enfrentam essa condição possam buscar o tratamento e o apoio adequados. A conscientização é o primeiro passo para romper com os estigmas e criar um ambiente mais empático para todos nós.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

alopecia

Temas

Saúde Mundo Colunistas Coluna
COLUNAS MAIS LIDAS
1

Ensino e sociedade

O que as escolas devem ensinar

2

Fascismo 4.0

Democracia indiferente e fascismo pós-algoritmos

3

Crise internacional

Colapso da diplomacia e o ressurgimento do autoritarismo militarizado

4

INSS E CRIME ORGANIZADO

CPIs podem esvaziar agenda do governo Lula

5

Meio ambiente

Quais as demandas dos legisladores para a COP 30?

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES