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Ricardo de João Braga
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Farol
21/1/2022 11:25
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21 de janeiro de 2022 |
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A ideia em um segundo Uma análise comparada do Brasil a países de referência desnuda o estágio ainda bastante precário de nossa condição econômica e social. O calor do momento na política e no debate público precisa da referência de longo prazo, do conhecimento das variáveis estruturais que moldam as condições de vida de seu povo e a possibilidade de um futuro melhor. A perda de oportunidades que nos aflige com frequência cobra inexoravelmente seu preço. |
Vê-se que os níveis de renda per capita nos EUA e Alemanha encontram-se drasticamente acima dos demais, algo como três a quatro vezes maior. Ao considerar apenas os quatro países com menor renda, constata-se que a China tem apresentado um crescimento explosivo nas últimas décadas, passando de uma renda média anual de cerca de US$ 4 mil em 2006 para mais de US$ 10 mil em 2020. Trata-se de uma mudança de patamar realizada em menos de uma geração.
Embora a economia chinesa seja atípica, importa realçar que o Brasil, durante o período de 2006 a 2020, não conseguiu diminuir a diferença de desenvolvimento econômico nem mesmo em relação aos seus vizinhos sul-americanos. Grosso modo, o Brasil oscila em torno de um patamar de US$ 8 mil de renda média enquanto Chile e Argentina flutuam em patamares 25% a 50% acima, a depender do país e ano de mensuração.
A má notícia é que o Brasil se encontra estagnado, tanto nos níveis absolutos de riqueza quanto na comparação com países de referência. Como apontamos recorrentemente neste Farol, as perdas de oportunidade são frequentes e cobram seu preço em atraso. Perdemos oportunidades de modificar legislação, políticas públicas e condições para o desenvolvimento.
O gráfico desnuda, contudo, um ponto importante. A partir de 2014, o Brasil mostrou crescimento mais intenso do desemprego. Tal evolução dá combustível à guerra de versões e responsabilidades entre os governos anteriores, que produziram a crise, e o governo Bolsonaro, que não atua para debelá-la.
Paixões colocadas de lado, vê-se que os governos Dilma, Temer e Bolsonaro tiveram resultados abaixo das expectativas para a criação de empregos. Caso consideremos a quantidade de desalentados - isto é, aqueles que desistiram de procurar emprego - e também a qualidade dos empregos oferecidos, ainda piora a avaliação do Brasil. A síntese é simples: estamos muito mal no quesito, gerando sofrimento e penúria permanente para grande parte da população.
De fato, podemos pensar na educação básica como diante de quatro desafios. O primeiro é a cobertura do ensino fundamental, que o Brasil superou ao atingir praticamente 96% da população na escola (dados de 2017). A cobertura do ensino médio, o segundo desafio, ainda não foi suplantado. Por fim, os desafios três e quatro, que são a qualidade do ensino tanto fundamental como secundário, ainda continuam a serem vencidos.
Educação é formação humana e capacidade para o trabalho. Torna-se praticamente clichê dizer o quanto é importante para a nação o engajamento nestes desafios, assim como é grave e aflitivo constatar que patinamos e perdemos totalmente o foco das questões importantes no governo Bolsonaro.
Uma primeira informação derivada do gráfico é que a produção de CO2 por pessoa acompanha o nível de desenvolvimento econômico dos países. EUA e Alemanha, mais ricos, produzem mais poluição por habitante. Chama atenção também a China, que para níveis de renda inferiores a Chile e Argentina produz bastante mais CO2 por habitante.
O Brasil, com a menor renda per capita no grupo, também é o que emite menos gases estufa na atmosfera na aferição per capita. Se tal desempenho deve-se em parte a nosso atraso econômico, em boa medida também deriva da importância de nossa geração de energia por fontes hídricas - um destaque mundial - e dá ao Brasil uma oportunidade grande de desenvolvimento com menor impacto ambiental.
O mundo todo hoje procura debelar suas emissões por meio de regulação mais estrita em processos industriais e outros que gerem gases estufa - como a indústria automobilística - e também, mais importante, pela implantação de fontes de energia não poluidoras, como a solar e a eólica principalmente. Assim, o Brasil, que está com níveis ainda baixos de emissão, pode avançar seu desenvolvimento econômico com uma matriz energética muito mais "limpa" que seus pares aqui analisados, o que exigirá foco no desenvolvimento de energias não poluidoras.
Em que pesem os vários e graves problemas ambientais acima mencionados, uma nova diretriz de desenvolvimento nacional pode se beneficiar em muito da nossa matriz energética ainda bastante "limpa".
A ebulição das notícias diárias muitas vezes nos dá a impressão que decisões definidoras dos rumos do país acontecem a cada hora. Em verdade, o enfrentamento dos problemas estruturais de um país exige direcionamento permanente de ideias e um somatório de grandes e pequenas decisões, tanto do governo quanto da sociedade.
O quadro que emerge de uma análise comparada do Brasil em termos de desenvolvimento econômico, social e ambiental revela que temos ainda muito a evoluir para nos equipararmos a países mais evoluídos. Como temos apontado no Farol, a perda de oportunidades é, aqui, infelizmente uma constante. É preciso ter boas ideias, firmeza e constância em sua aplicação. Hoje o Brasil vive muito aquém do que poderia.
| CHAPA QUENTE | GELADEIRA |
| Na entrevista que deu ao que chamou de "sites independentes" (resta saber "independentes" de quem ou de quê), o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva praticamente sacramentou que o ex-governador Geraldo Alckmin deverá ser o seu candidato a vice. De uma forma marota, bem ao estilo Lula. "O Alckmin saiu do PSDB e não se definiu para que partido ele vai - ele é um homem que não tem partido hoje. E eu não defini a minha candidatura - então não pode ter nem candidato nem vice". Ora, se ninguém tem a essa altura dúvida quanto ao fato de que Lula será candidato à Presidência, deve ter dúvida, então, que Alckmin é o nome que Lula quer para ser seu vice? Como já dissemos neste Insider, se Alckmin será ou não o vice de Lula, isso só dependerá da vontade do próprio Lula. | Ao analisar os números das últimas pesquisas eleitorais - e foram recentemente publicadas três delas com uma pequena diferença de tempo -, o cientista político Alberto Carlos de Almeida avaliou que a corrida eleitoral segue num quadro "sólido como uma rocha", quase enfadonho pela falta de variação, pela falta de novidade. Alberto Carlos aponta principalmente para as taxas de rejeição dos candidatos, acima de 60% para Jair Bolsonaro (PL) e Sergio Moro (Podemos), um pouco acima de 40% para Lula. Para Alberto Carlos, esse percentual alto de pessoas que dizem que não votariam em candidatos de jeito nenhum parece tornar difícil de mudar o quadro eleitoral. Por enquanto, não há o que indique o crescimento seja das chances de Bolsonaro seja do aparecimento da tal terceira via. |
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