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Ricardo de João Braga
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analise
13/10/2021 9:20
Apesar do considerável aumento da adesão à tese do afastamento do presidente, verifica-se que, por essa variável, a situação de Bolsonaro ainda é confortável. Como nessa questão os parlamentares são instados a expressarem uma concordância ou discordância pessoal, é possível utilizar a somada "concordância" para, especulativamente, projetar a eventual quantidade de votos que o impeachment teria no Plenário da Câmara dos Deputados: 164 votos, bem distante, portanto, dos 342 necessários para a aprovação de seu prosseguimento.
... mas suas chances de aprovação caem
Uma coisa, porém, é a percepção pessoal de cada parlamentar sobre o comportamento do presidente no sentido de que ele tenha ou não cometido crime de responsabilidade. Outra é a percepção que eles têm de fato quanto à chance de sucesso de um processo de impeachment.
E, nesse sentido, a visão dos deputados e senadores entrevistados é bem outra. Forçado a olhar o contexto, e não sua percepção pessoal, um percentual menor que 6% considera ser altas as chances de evolução de um processo de impeachment. Nesse sentido, o percentual, inclusive, caiu com relação à percepção notada na rodada anterior:
Como mostra o quadro a seguir, quase 80% dos parlamentares consideram ser muito baixas as chances de avanço de um processo de impeachment:
Fica evidente, então, que, para a grande maioria dos parlamentares, o impeachment é uma carta fora do baralho da presente legislatura.
Essa análise confirma a feita pelos especialistas do Congresso em Foco Insider há uma quinzena, quando, após a realização de um painel Delphi, apresentou-se uma estimativa de que Bolsonaro teria 76,5% de probabilidade de concluir o seu mandato. Ou seja: o percentual medido no painel Delphi é praticamente o mesmo encontrado agora na percepção dos parlamentares.
A armadilha da oposição
O gráfico acima apresenta os resultados com relação ao nível de concordância com o impeachment, dispersos entre parlamentares que se declararam como da base do governo, independentes ou oposicionistas.
Enquanto todos os parlamentares que se declararam da base do governo assinalaram 1 como resposta (nível de concordância muito baixo, ou discordância total), entre os oposicionistas há divisão. Há uma nota 1 e uma nota 2 (nível de concordância muito baixo) e várias notas 4. Houvesse simetria perfeita na polarização, nesse caso, todas as notas da oposição deveriam ser cinco.
Prevalece em alguns membros da oposição a perspectiva de ser melhor a manutenção de Bolsonaro, enfraquecido e enfraquecendo-se até o final do mandato. Nessa perspectiva, Jair Bolsonaro seria um bom candidato a ser enfrentado nas eleições de 2022. A lógica parece correta embora sempre soe como aquele caso em que se planeja a partida sem se combinar com os russos - e a história nacional tem exemplos claros para confirmar isso.
Não há bobos no Congresso
Vários tipos de piada circulam tendo como fato hilariante a noção de que não há um congressista que seja ingênuo ou pouco inteligente. O mais bobo foi eleito deputado ou senador. De fato, instados a avaliar o contexto e a inferirem o posicionamento dos seus pares, os parlamentares demonstram acuidade e discernimento, inclusive em relação às suas próprias preferências pessoais.
Esse foi o caso quando se perguntou aos mesmos parlamentares que manifestaram seu nível de concordância com o impeachment sobre a sua percepção de chances de aprovação. O gráfico a seguir apresenta os resultados, dispersos entre membros da base, independentes e oposicionistas.
Os membros da base novamente se manifestaram de forma uníssona - todos assinalaram nota 1 (chances muito baixas de aprovação). Entre os oposicionistas, apenas um parlamentar escolheu nota 5 (chances muito altas de aprovação). Vários escolheram as notas 1 e 2, revelando que mesmo a oposição compreende que, na atual conjuntura, o impeachment é algo inviável politicamente.Tags
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