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Forças Armadas
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha
14/10/2022 14:28
 
 
 Elias Vaz: Câmara precisa investigar supersalários de militares e pensionistas. Foto: Agência Câmara[/caption]
"A única manifestação das Forças Armadas foi uma nota pública divulgada na ocasião em que diziam que estava tudo dentro da legalidade, o que é muito pouco. Temos indícios claros de irregularidade e, no mínimo, de imoralidade. É inadmissível haver esse tipo de privilégio dentro da estrutura pública federal", critica Elias.
O deputado é autor de representação feita ao Tribunal de Contas da União pedindo auditoria detalhada da folha de pagamento das Forças Armadas desde 2019. O documento aponta que a própria Controladoria-Geral da União (CGU) constatou que militares da ativa estão acumulando cargos e funções e recebendo remunerações que extrapolam o teto constitucional.
Segundo a CGU, de 2.770 militares e pensionistas de militares com cargos no governo federal em dezembro de 2020, ao menos 729 tiveram salários acima do teto constitucional, o que resultou na perda de R$ 5,1 milhões aos cofres públicos.
O presidente Jair Bolsonaro patrocinou mudanças legislativas que turbinaram os rendimentos da alta cúpula das Forças Armadas e o seu próprio salário. Um projeto de lei de autoria do governo permitiu que a indenização paga aos militares que são transferidos para a reserva, por exemplo, subisse de quatro para oito vezes o valor do soldo. Em abril de 2021, o governo editou uma portaria que mudou as regras do teto do funcionalismo, beneficiando diretamente Bolsonaro e militares.
Adicional de habilitação
"É importante que a Câmara vá a fundo porque a gente percebe que tem aí um processo de privilégios que precisa ser investigado. Apenas com quem recebeu mais de R$ 100 mil acima do salário em 2020 o impacto foi de mais de R$ 600 milhões sobre a folha de pagamento. O governo tem de explicar a motivação e a base legal de tudo isso", cobra Elias Vaz.
O deputado também chama atenção para outro artifício que, segundo ele, tem sido utilizado para inflar o contracheque de oficiais: o chamado adicional de habilitação militar. Criado para valorizar as carreiras e aperfeiçoar os militares, o benefício tem sido usado, segundo ele, por oficiais às vésperas de entrarem para a reserva. Segundo Elias, o aumento nos rendimentos pode chegar a 73% em alguns casos.
"A nossa preocupação é que o presidente esteja usando essas benesses como forma de cooptar as Forças Armadas para colocar em prática as ameaças constantes que vem fazendo à democracia", afirma o deputado. O pagamento do adicional de habilitação a oficiais que em seguida entram para a reserva é objeto de representação apresentada pelo deputado goiano ao TCU. Ele aguarda a volta aos trabalhos da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, interrompidos por causa das eleições, para que seja votado requerimento de sua autoria que cobra esclarecimentos sobre os supersalários de militares da ativa, inativos e pensionistas.
Veja a nota do Ministério da Defesa divulgada quando foram revelados os supersalários dos militares, em agosto:
"Nota de esclarecimento: remuneração de militares e de pensionistas
Acerca de matérias noticiadas por veículos de comunicação, nesta quinta-feira (11.8), que trataram da remuneração de militares e de pensionistas, o Ministério da Defesa esclarece que os valores referem-se à remuneração mensal e a indenizações pontuais e a atrasados. Essas indenizações são relativas ao recebimento de férias não usufruídas ao longo da carreira, ou a outros direitos, que são calculados na ocasião da passagem dos militares para a reserva.
Destaca-se que os totais dos valores individuais, mencionados nas matérias, apresentam incorreções, pois somaram informações simultâneas de contracheque e de Ordem Bancária lançadas no Portal da Transparência.
Cabe ressaltar que as Forças Armadas cumprem, rigorosamente, a legislação que rege o pagamento de seus militares e servidores civis. Os valores são lançados no Portal da Transparência e são submetidos à fiscalização dos órgãos de controle."
 Elias Vaz: Câmara precisa investigar supersalários de militares e pensionistas. Foto: Agência Câmara[/caption]
"A única manifestação das Forças Armadas foi uma nota pública divulgada na ocasião em que diziam que estava tudo dentro da legalidade, o que é muito pouco. Temos indícios claros de irregularidade e, no mínimo, de imoralidade. É inadmissível haver esse tipo de privilégio dentro da estrutura pública federal", critica Elias.
O deputado é autor de representação feita ao Tribunal de Contas da União pedindo auditoria detalhada da folha de pagamento das Forças Armadas desde 2019. O documento aponta que a própria Controladoria-Geral da União (CGU) constatou que militares da ativa estão acumulando cargos e funções e recebendo remunerações que extrapolam o teto constitucional.
Segundo a CGU, de 2.770 militares e pensionistas de militares com cargos no governo federal em dezembro de 2020, ao menos 729 tiveram salários acima do teto constitucional, o que resultou na perda de R$ 5,1 milhões aos cofres públicos.
O presidente Jair Bolsonaro patrocinou mudanças legislativas que turbinaram os rendimentos da alta cúpula das Forças Armadas e o seu próprio salário. Um projeto de lei de autoria do governo permitiu que a indenização paga aos militares que são transferidos para a reserva, por exemplo, subisse de quatro para oito vezes o valor do soldo. Em abril de 2021, o governo editou uma portaria que mudou as regras do teto do funcionalismo, beneficiando diretamente Bolsonaro e militares.
Adicional de habilitação
"É importante que a Câmara vá a fundo porque a gente percebe que tem aí um processo de privilégios que precisa ser investigado. Apenas com quem recebeu mais de R$ 100 mil acima do salário em 2020 o impacto foi de mais de R$ 600 milhões sobre a folha de pagamento. O governo tem de explicar a motivação e a base legal de tudo isso", cobra Elias Vaz.
O deputado também chama atenção para outro artifício que, segundo ele, tem sido utilizado para inflar o contracheque de oficiais: o chamado adicional de habilitação militar. Criado para valorizar as carreiras e aperfeiçoar os militares, o benefício tem sido usado, segundo ele, por oficiais às vésperas de entrarem para a reserva. Segundo Elias, o aumento nos rendimentos pode chegar a 73% em alguns casos.
"A nossa preocupação é que o presidente esteja usando essas benesses como forma de cooptar as Forças Armadas para colocar em prática as ameaças constantes que vem fazendo à democracia", afirma o deputado. O pagamento do adicional de habilitação a oficiais que em seguida entram para a reserva é objeto de representação apresentada pelo deputado goiano ao TCU. Ele aguarda a volta aos trabalhos da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, interrompidos por causa das eleições, para que seja votado requerimento de sua autoria que cobra esclarecimentos sobre os supersalários de militares da ativa, inativos e pensionistas.
Veja a nota do Ministério da Defesa divulgada quando foram revelados os supersalários dos militares, em agosto:
"Nota de esclarecimento: remuneração de militares e de pensionistas
Acerca de matérias noticiadas por veículos de comunicação, nesta quinta-feira (11.8), que trataram da remuneração de militares e de pensionistas, o Ministério da Defesa esclarece que os valores referem-se à remuneração mensal e a indenizações pontuais e a atrasados. Essas indenizações são relativas ao recebimento de férias não usufruídas ao longo da carreira, ou a outros direitos, que são calculados na ocasião da passagem dos militares para a reserva.
Destaca-se que os totais dos valores individuais, mencionados nas matérias, apresentam incorreções, pois somaram informações simultâneas de contracheque e de Ordem Bancária lançadas no Portal da Transparência.
Cabe ressaltar que as Forças Armadas cumprem, rigorosamente, a legislação que rege o pagamento de seus militares e servidores civis. Os valores são lançados no Portal da Transparência e são submetidos à fiscalização dos órgãos de controle."Tags
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