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Redes, cabos, taxas e a geopolítica mundial na rede mundial de computador

Ao contrário do que todo mundo pensa, a internet só existe por causa de uma imensa estrutura de cabos, servidores e outras tecnologias

Beth Veloso

Beth Veloso

14/8/2024 | Atualizado às 7:53

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 Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

Se você acha que os oceanos escondem apenas peixes, imagine um emaranhado de cabos que podem dar várias voltas na Terra ou ir e voltar da Lua mais de três vezes. A gente fala muito aqui no Papo de Futuro sobre aplicações de internet, fake news, liberdade de expressão, publicidade, mas o tema agora é infraestrutura. Ao contrário do que todo mundo pensa, a internet só existe por causa de uma imensa estrutura de cabos, servidores e outras tecnologias que transmitem, recebem e armazenam bilhões de dados em todo o mundo. Vamos discutir qual é o papel dessas redes de comunicação e por que elas são tão importantes no cenário político internacional.

Não vamos falar "engenheirês". Eu passo disso. Vamos deixar as siglas, códigos e programas de computador para outra oportunidade. O que eu vim tratar aqui é como a internet nasceu, evoluiu e por que a infraestrutura e o conteúdo estão tão interligados, sendo um fator crítico na internet hoje. Na década de 90, as telecomunicações foram privatizadas no Brasil. As empresas foram divididas e vendidas, e logo surgiu a comunicação sem fio, o celular, que já foi uma revolução. Depois, os cabos voltaram a ser protagonistas, com o surgimento da banda larga e a nova era da convergência. Nesse super resumo, fica claro que a infraestrutura de rede cresceu para atender hoje bilhões de usuários nas redes sociais, graças a cabos submarinos e uma tecnologia que dá suporte a todo o conteúdo que postamos nas redes sociais e os negócios que circulam na internet. Hoje, o mundo depende tanto disso que o Ocidente teme que a próxima guerra mundial seja iniciada por espiões cibernéticos. Matéria recente publicada no jornal Estadão explica "Como a China e a Rússia podem cortar a internet do mundo" (1). A partir dos mapas de cabos, um estudo na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, mostrou que um ataque militar envolverá necessariamente os cabos submarinos de internet, e não apenas as estruturas petrolíferas ou armazéns e bases militares. Eu conversei com Priscilla Solis (2), professora de ciência da computação da Universidade de Brasília, e ela me explicou essa migração de um mundo analógico para um mundo digital. "A gente tinha nos anos 70 uma rede de voz e uma de dados. A que cresceu foi a rede de telefonia celular e uma rede paralela. Temos essa única rede de dados operada por vários atores. Temos os de longa distância, temos os principais e os provedores de acesso à internet. E temos aqueles que dão soluções, que oferecem serviços, que é o grande diferencial desta rede."  Esse é o formato da internet atual, e também traduz a disputa entre as teles e as big techs ou plataformas digitais de aplicações e conteúdo para saber quem vai dar o próximo passo no sentido de conectar as regiões que ainda estão à margem da rede. É o chamado fair share, ou taxa justa, para que as big techs usem a rede das teles, a questão é se vai acontecer ou não. Para a internet continuar a crescer e chegar a um nível de cobertura que universalize os serviços de internet, esse modelo tradicional de que as teles e outras empresas privadas investem em conectividade e cobertura de rede vai ter que ser repensado. Há muitos lugares no Brasil e em países em desenvolvimento onde a internet ainda não é uma realidade. A discussão agora adquiriu contornos políticos, em que as teles, representadas pela Conexis (3), brigam com as big techs, que processam conteúdo, para que as últimas ajudem a custear a rede. Por um lado, as big techs dizem que elas são usuárias da rede como qualquer outro cidadão, como explica Priscila Solis. "Por outro lado, as operadoras de telefonia móvel também argumentam que as big techs estão fazendo um uso indiscriminado na rede sem fazer investimento em infraestrutura. Mas muito do avanço na infraestrutura de fato aconteceu foi porque o usuário demandou, o usuário é quem define como o mercado vai se comportar. Se o usuário não tivesse demandado por, será que teríamos todo esse crescimento em infraestrutura de rede. De fato, o que se observa é um ambiente de colaboração em que tem que juntar o interesse de ambos que seja bom para o usuário e que não prejudique o usuário  Caso não haja acordo e os investimentos em infraestrutura acabem sendo reduzidos, há outras saídas tecnológicas para não comprometer os níveis de conectividade em nível global? A ideia de competição e diversidade de tecnologias é sempre a saída para combater um mercado oligopolizado como a gente vê hoje na internet, tanto na camada de rede ou infraestrutura, quanto na de aplicações e conteúdo. Para isso vem o Open Ran. O Open Ran (Open Radio Access Network) é considerado uma abordagem moderna e inovadora para a construção e operação de redes de acesso por rádio, que são as redes utilizadas para conectar dispositivos móveis (como smartphones) às redes de telecomunicações, como informa Priscila Solis. "A ideia do Open RAN é fazer com que, neste pedacinho no qual o usuário acessa, você tenha muitos fornecedores e diferentes fabricantes, e que isso acabe dando maior dinamismo à rede, com novas soluções, em que você vai ter um custo de investimento, que é chamado de Opex, menor. Então essa é uma das apostas." Na realidade, essa cultura da colaboração combina com os primórdios da internet, em que a rede era descentralizada e a navegação era orgânica. Isso confere? E o Open RAN vai funcionar? Tudo isso são combinações de força e poder, em que o mercado e o Estado se entrelaçam, traçando as políticas e as regras, e determinando quais aspectos vão influir no desenvolvimento tecnológico. O fato é que o custo da internet hoje é altíssimo, a rede é alvo de ataques e cibercrimes, e, por outro lado, por mais que estejamos falando de sistemas, o fator humano é o mais importante quando tratamos de cibersegurança. Elementos como senhas, biometria, criptografia são cruciais, e talvez, num modelo em que o usuário participe desse ecossistema como um ator ativo, até mesmo cobrando pelo uso dos seus dados pessoais nas postagens nas redes sociais. É preciso ter uma bola de cristal para poder antecipar o futuro próximo. Eu não tenho.
  • https://www.estadao.com.br/internacional/como-a-china-e-a-russia-podem-cortar-a-internet-do-mundo/#:~:text=Em%20fevereiro%20de%202023%2C%20um,nenhuma%20evid%C3%AAncia%20concreta%20de%20fraude.
  • https://cic.unb.br/professores/102-pris e http://linkedin.com/in/priscila-solis-barreto-b6575b7b
  • https://conexis.org.br/
O comentário no Papo de Futuro vai ao ar originalmente pela Rádio Câmara, às terças-feiras, às 8h, em 96,9 FM Brasília.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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internet geopolítica Papo de Futuro fake news big techs

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