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Beth Veloso
Beth Veloso
30/4/2017 | Atualizado às 18:18
Para mim, a resposta mais importante feita pelo Dr. Daniel Martins de Barros é: em que momento da vida o adulto fica tão distante do jovem a ponto de ser incapaz de compreendê-lo?
Histerias como a que giram em torno do "Baleia Azul" não me surpreendem. São tão típicas da internet, ainda que difíceis de serem manejadas, assim como eu conversar sobre sexualidade com o meu filho de 13 anos. Porque é preciso de calma, tempo e intimidade para enfrentarmos as balas envenenadas do jogo Baleia Azul, em que a gente demonstra que a vida é o bem mais precioso, mas isso só é possível para adolescentes que se sentem verdadeiramente amados, compreendidos e apoiados.
Não sugiro que ninguém brinque com a ideia de morte, com ou sem 13 porquês, famosa série do Netflix que trata do tema, mas que ninguém subestime as ideias suicidas de um adolescente, que devem ser tratadas com remédios e outros recursos, além de doses cavalares de compreensão. É a dor negligenciada, ignorada, que nos leva a horas de isolamento digital, matando os nossos laços com os outros, e não um jogo que se torna pretexto para agravar uma doença não diagnosticada. Não é a baleia assassina que nos tira o filho, mas o celular inofensivo que você não consegue tirar do seu filho para não ter que dedicar mais tempo a ele. Outro dia confisquei o aparelhinho do meu e o levei ao mercado, onde atiramos pacotes um no outro e empurramos juntos o carrinho.
Só se entrega à maldade quem não pode ser olhado com carinho e um sorriso no rosto. Não é a bala que envenena a vida, mas a falta de amor.
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