Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Sem consenso, Câmara adia votação do PL Antifacção para terça-feira

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

SEGURANÇA PÚBLICA

Sem consenso, Câmara adia votação do PL Antifacção para terça-feira

Relator revisa texto, governo aponta retrocessos e governadores pedem mais tempo para negociação.

Congresso em Foco

13/11/2025 | Atualizado às 7:50

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Diante de divergências crescentes entre governo, oposição e forças de segurança, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou para a próxima terça-feira (18), como pauta única, a votação do projeto de lei 5.582/2025 (PL Antifacção), que cria o novo Marco Legal de Combate ao Crime Organizado.

O pedido partiu do relator, Guilherme Derrite (PP-SP), que argumentou precisar de tempo para fazer "ajustes finais" e "correções redacionais" no substitutivo. Ele afirmou que o texto ainda está em construção e que permanece aberto a contribuições de parlamentares.

Leia Mais

Derrite apresenta quarto parecer para o PL Antifacção; veja íntegra

"Meu relatório nunca foi linha de chegada, mas ponto de partida", disse. Segundo Derrite, o substitutivo aproveita "boas iniciativas" da proposta enviada pelo governo e incorpora sugestões colhidas nas últimas semanas.

Hugo Motta busca texto de consenso entre relator, governadores e governo federal.

Hugo Motta busca texto de consenso entre relator, governadores e governo federal.Marina Ramos/Agência Câmara

Hugo Motta endossou o discurso e afirmou que a Câmara não pode tratar a pauta da segurança pública com precipitação.

"Ninguém quer conduzir essa discussão de maneira açodada", declarou. Para ele, o relator tem feito um "trabalho eminentemente técnico" e manteve pontos importantes da versão original apresentada pelo Executivo.

Governo vê "caos jurídico" e critica enfraquecimento da PF

A decisão de adiar a votação ocorre após o Ministério da Justiça divulgar nova nota com críticas ao terceiro parecer de Derrite. Mesmo após mudanças, a pasta afirma que o texto pode instaurar "um verdadeiro caos jurídico" e produzir "retrocessos jurídicos e institucionais inaceitáveis".

O governo aponta que o substitutivo:

  • pode prejudicar financeiramente a Polícia Federal ao redirecionar recursos para fundos estaduais;
  • retira instrumentos considerados essenciais para enfrentar facções, como o perdimento extraordinário de bens de origem ilícita;
  • abandona a criação do tipo penal de "facção criminosa", defendida pelo Ministério da Justiça;
  • altera normas já consolidadas, o que poderia beneficiar investigados e gerar insegurança jurídica.

A nota foi divulgada um dia depois de Derrite recuar de dois pontos que causavam forte resistência: a equiparação entre facções e grupos terroristas e a exigência de autorização de governadores para operações conjuntas entre polícias federais e estaduais.

Ainda assim, o governo entende que o relatório continua problemático e defende mais tempo para aperfeiçoamento. A própria pasta usou a palavra "açodamento" - repetida mais tarde por Hugo Motta - para pedir cautela.

Governadores querem diálogo com STF e Senado

A pressão pelo adiamento também veio de quatro governadores de oposição ao governo federal, que se reuniram com Hugo Motta nesta quarta-feira (12). O grupo, que integra o chamado "consórcio da paz", pediu 30 dias para discutir o projeto e outras propostas sobre segurança pública que tramitam na Câmara.

Participaram da reunião:

  • Cláudio Castro (PL-RJ)
  • Romeu Zema (Novo-MG)
  • Jorginho Mello (PL-SC)
  • Ronaldo Caiado (União Brasil-GO)
  • Celina Leão (PP-DF), vice-governadora

Castro foi direto: "Quem opera a segurança pública são os estados. Não adianta aprovar um projeto sem saber se ele vai ajudar na prática".

Segundo o governador fluminense, uma tramitação acelerada pode levar a questionamentos judiciais e travar a proposta no Senado ou no STF. Zema, Mello e Caiado defenderam que qualquer solução deve envolver os Três Poderes e operadores da segurança.

Plenário converge pelo adiamento

Em Plenário, governo e oposição, que raramente caminham juntos, acabaram convergindo. A avaliação majoritária é que o tema exige mais maturidade e debate.

O líder do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), pediu "serenidade" para finalizar o texto. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o país precisa deixar "paixões ideológicas" de lado e enfrentar o crime organizado com responsabilidade. Ele também afastou a ideia de que o Congresso possa retirar autoridade da Polícia Federal. O coordenador da Frente de Segurança Pública, Alberto Fraga (PL-DF), reforçou o pedido de cautela. Já o relator da Lei Antiterrorismo, Arthur Oliveira Maia (União-BA), defendeu que facções tenham uma legislação específica, sem misturar conceitos com terrorismo.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), disse que o prazo não precisa ser tão longo quanto o pedido pelos governadores, mas reconheceu que alguns dias são necessários para "amadurecer um consenso". Já o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou esperar que o tema seja votado "no máximo na próxima semana", como propõe Hugo Motta.

O que permanece no texto

Após ajustes recentes, Derrite:

  • manteve a Lei Antiterrorismo intacta, sem vincular facções a terrorismo;
  • retirou dispositivos que ampliavam o papel da PF e poderiam interferir obrigações das polícias estaduais;
  • buscou estruturar uma legislação própria para o crime organizado com atuação empresarial, foco do projeto.

Mas pontos centrais continuam em disputa, como a criação de um tipo penal específico, a destinação de recursos e instrumentos de asfixia financeira das facções. "É um tema importante demais para ser votado às pressas", afirmou o presidente da Câmara.

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

guilherme derrite hugo motta PL antiterrorismo Segurança Pública governadores

LEIA MAIS

SEGURANÇA PÚBLICA

Após recuo de Derrite, MJ mantém oposição ao texto do PL Antifacção

SEGURANÇA PÚBLICA

Governadores propõem adiamento da votação do PL Antifacção

VÍDEO

Governo "não consegue debater" sobre PL Antifacção, diz Derrite

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

TRABALHO

Comissão aprova prestação de serviço em troca de seguro-desemprego

2

CCJ DO SENADO

Flávio Bolsonaro critica Gonet em sabatina e é repreendido por Otto

3

CPMI DO INSS

"A blindagem pela própria comissão é uma vergonha", diz Alfredo Gaspar

4

SEGURANÇA PÚBLICA

O novo PL Antifacção: o que Derrite mudou no texto após as críticas

5

COP30

Anielle Franco rebate Arthur do Val: "Aprenda a respeitar mulheres"

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES