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Por que Marco Aurélio Mello fez o que fez?

Congresso em Foco

25/12/2018 20:07

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"O ministro Marco Aurélio Mello é uma pessoa inteligente. Não foi pelos motivos dados que ele fez o que fez, como fez, em hora canônica, à véspera do recesso", observa articulista[fotografo] Nelson Jr. / STF[/fotografo]
Percival Puggina * Sei que essa é a resposta premiada do fim de ano e não tenho a pretensão de arrematar o troféu. Tratarei apenas de demonstrar que as razões enunciadas pelo ministro em suas alegações para decidir fazem parte do conjunto das respostas erradas. No texto da espantosa decisão ele afirma: "Tempos estranhos os vivenciados nesta sofrida República! Que cada qual faça a sua parte, com desassombro, com pureza d'alma, segundo ciência e consciência possuídas, presente a busca da segurança jurídica. Esta pressupõe a supremacia não de maioria eventual - conforme a composição do tribunal -, mas da Constituição Federal, que a todos, indistintamente, submete, inclusive o Supremo, seu guarda maior". E, mais adiante: "Em época de crise, impõe-se observar princípios, impõe-se a resistência democrática, a resistência republicana. Fixadas tais balizas, tem-se a necessidade de nova análise do tema em processo objetivo, com efeitos vinculantes e eficácia geral, preenchendo o vazio jurisdicional produzido pela demora em levar-se a julgamento definitivo as ações declaratórias de constitucionalidade, há muito devidamente aparelhadas e liberadas para inclusão na pauta dirigida do Pleno". Os tempos estranhos a que se refere Marco Aurélio Mello são produto da impunidade, do compadrio, da corrupção, da bandidolatria e do democídio, do soberano e lucrativo crime organizado, do livre agir de bandidos cujos processos habilitam-se ao Alzheimer dos idosos, ou seja, à anistia da prescrição. O ministro fala que "cada qual faça a sua parte", como se não integrasse um colegiado. Exige segurança jurídica para - num suposto ato de vontade pessoal, contanto que ausentes algumas características em cada condenado - soltar até 166 mil bandidos cumprindo pena nos presídios brasileiros e na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Desqualifica, por ser eventual - como se, nas sociedades livres, houvesse maioria permanente -, a decisão colegiada que manteve a possibilidade da prisão após condenação em segunda instância. Assume-se, contra toda divergência, como leitor intérprete e aplicador perfeito da Constituição. Afirma que, em épocas de crise, impõe-se a resistência democrática, a resistência republicana, aparentemente esquecido de que, em qualquer colegiado, 6 x 5 define resultado democrático e republicano - e que, se ouvidos, se consultados, se cheirados, 99 em cada 100 democratas desta República anseiam pela manutenção do entendimento definido pelo Supremo Tribunal Federal.

> Toffoli suspende decisão de Marco Aurélio que poderia ter libertado Lula

Com sua calamitosa decisão, viveram, todos, momentos de pavor que os manterão alertas até o dia 10 de abril - quando, na agenda do ministro Dias Toffoli, o tema retornará ao plenário da Corte. Não é apenas ao ministro e sua toga que alcança o direito de resistência republicana, mormente quando a realidade é expulsa do recinto e a sensibilidade não encontra lugar nos Poderes de Estado. Aliás, suponhamos que na "assentada" do dia 10 de abril o colegiado delibere, por maioria de 6x5, pelo fim da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. No dia seguinte, já em 11 de abril, tivessem validade os tais princípios e critérios de Marco Aurélio Mello, qualquer dos cinco colegas vencidos na votação poderia repetir seu ato tresloucado e manter presos todos os criminosos, para serviço do tão desconsiderado bem comum. O ministro Marco Aurélio Mello é uma pessoa inteligente. Não foi pelos motivos dados que ele fez o que fez, como fez, em hora canônica, à véspera do recesso. Seu discurso não fica em pé. Suas frases falam contra seu próprio ato. Então, certamente, suas razões foram outras. A patrociná-las, fossem quais tenham sido, a conhecida vaidade do ministro, uma espécie de mãe coruja de si mesmo. *Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.  

Do mesmo autor:

> O insólito encontro entre Chico e Francisco

> Tempo de "lacrar" a era da irresponsabilidade

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Polícia Federal STF Lula Judiciário corrupção República segurança jurídica dias toffoli marco aurélio mello constituição Percival Puggina segunda instância condenação em segunda instância prisão em segunda instancia

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