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Congresso em Foco
13/6/2017 | Atualizado às 23:33
[fotografo]Geraldo Magela/Agência Senado[/fotografo][/caption]
Contrários ao projeto (PLC 38/2017) da reforma trabalhista, senadores da oposição apresentaram na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) votos em separado - relatórios alternativos ao do relator - pedindo a rejeição da matéria. O relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi lido nesta terça-feira (13), assim como os votos de Paulo Paim (PT-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA). A votação ocorrerá no dia 20.
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Paulo Paim fez um apelo aos senadores para que busquem um texto de consenso sobre a reforma trabalhista. O parlamentar afirmou que o Senado não pode abdicar de seu papel de Casa revisora e, portanto, tem a obrigação de promover mudanças no texto aprovado pela Câmara dos Deputados.
- Eu não estou dizendo que a gente não possa fazer uma reforma, mas não isto que está aqui. Isto é inaceitável. Pelas palavras do próprio relator eu digo: Não precisamos rejeitar na íntegra como estou propondo. Vamos construir um substitutivo. Vamos ver o que é viável e o que não é. Vamos aprovar aqui e remeter para a Câmara dos Deputados. Se o Senado não o fizer, ele não tem mais razão de existir - disse.
Paim avaliou que as mudanças na legislação trabalhista aumentarão o desemprego e a pobreza ao facilitar a demissão. Ele argumentou que a ideia de negociações coletivas e individuais se sobreporem ao que está na legislação - o chamado negociado sobre o legislado - vai acarretar, na prática, a redução de direitos já conquistados pelos trabalhadores ao longo de décadas. Para o senador, patrões pressionarão empregados a aceitar qualquer coisa para permanecer no emprego.
- O que defendemos é que a lei é o mínimo. Tudo bem negociar acima disso. Para isso não precisa mudar a lei. Negociado sobre o legislado para mim é piada em um país que tem trabalho escravo e trabalhador é assassinado. Eles vão dizer tu abres mão disso ou daquilo ou então está na rua - alertou o senador.
Fraudes
Randolfe Rodrigues baseou o voto dele na manifestação proferida em nota conjunta por representantes de várias entidades, entre auditores fiscais do trabalho, associações de procuradores, advogados e juízes trabalhistas, que ressaltaram, no caso de aprovação sem alterações, o aumento na prática de fraudes nas relações entre patrão e empregado.
Segundo a nota citada, a nova legislação permitirá, por exemplo, que trabalhadores com carteira de trabalho assinada e vínculo de emprego formalizado sejam demitidos e recontratados como falsos trabalhadores autônomos e como falsas pessoas jurídicas, prestando o mesmo tipo de serviço.
- Não bastassem os riscos dessa jornada, o projeto é mais perverso ainda, pois retira dos empregados o direito ao pagamento em dobro dos feriados trabalhados, o repouso semanal remunerado e o adicional por prorrogação de trabalho em curso - ressaltou.
O senador ainda criticou os obstáculos criados pelo projeto para o acesso do trabalhador à Justiça e o descumprimento de acordos internacionais de trabalho, além da inconstitucionalidade da proposta.
- Sempre com viés único de baratear os custos da mão da obra, esse PLC é extremamente injusto. Com pretenso discurso de modernização, essa proposta de reforma trabalhista vem para, na verdade, pôr ao chão mais de um século de luta e conquistas dos trabalhadores. Viola, sim, direitos sociais. É afronta direta e inequívoca dispositivos constitucionais, tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil - afirmou.
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