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Lydia Medeiros
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Política
7/11/2025 10:00
Nasceu o 30º partido político brasileiro. Foi batizado de Missão por seus fundadores, os mesmos que em 2014 criaram o Movimento Brasil Livre. O MBL surgiu das insurreições de junho de 2013, que eclodiram por todo o país com a palavra de ordem "não é só pelos vinte centavos". No ano seguinte, quando estourou a Lava-Jato, destacou-se nos protestos em diversas capitais, especialmente em São Paulo. Liderou manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Na definição do professor da UFBA Wilson Gomes, durante quase dez anos o MBL foi "uma startup que promove a fúria política e a sensação de que tudo está fora da ordem para vender os seus membros e a sua própria ideologia como a transformação da política de que todo mundo está precisando."
O movimento vira agora partido político prometendo apresentar propostas concretas para conquistar os millennials e a geração Z, a faixa de eleitores que vai dos 16 aos 45 anos, e um candidato à Presidência, provavelmente Renan Santos, 41 anos, coordenador do MBL. O público-alvo apontado por Santos representa cerca de 55% do eleitorado nacional. O grupo dos mais jovens (16 a 34 anos) é justamente o que mais critica o governo Lula - 54% de reprovação, segundo pesquisa Quaest de outubro.
A entrada do Missão no tabuleiro partidário acontece num momento de maré baixa para o bolsonarismo, uma janela aberta para a conquista dos desiludidos com o ex-presidente e seus aliados do PL. O novo partido tem muito chão a percorrer para influenciar uma eleição, mas seus idealizadores já mostraram fôlego quando conseguiram, na década passada, ajudar a tirar da esquerda, por bom tempo, o monopólio das ruas.
Se o PT e a esquerda poderão ter mais trabalho para conquistar corações e mentes da juventude, a boa notícia para Lula é que o Missão ajuda a embaralhar o jogo eleitoral da direita, ainda mais dividida depois da condenação de Jair Bolsonaro. Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr, Ronaldo Caiado e Romeu Zema, os governadores citados como possíveis representantes do campo da direita na disputa presidencial, ainda não sabem o que fazer. Prometem apenas se unir num segundo turno contra Lula.
O novo Missão diz que ficará fora disso: "Não somos a mesma direita dos caras", declarou Renan Santos à Folha de S.Paulo. Por enquanto, Lula pode assistir sem sustos à disputa pela "cara" da direita que enfrentará no ano que vem.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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