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Lydia Medeiros
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Crise governamental
8/5/2025 12:53
A decisão unânime do Banco Central de elevar a taxa básica de juros para 14,75% ao ano deixa ainda mais nublado o futuro do governo Lula. O Copom atribuiu a alta à elevada incerteza na economia, indicou a necessidade de cautela e, também, de alguma flexibilidade. As dúvidas sobre o rumo da economia podem ser debitadas em parte ao caos no comércio mundial iniciado pelo governo Donald Trump. Mas há questões domésticas que pesaram na decisão do Banco Central de elevar os juros a um patamar inédito nos últimos vinte anos.
A economia está aquecida, e o governo segue dando estímulos ao consumo com iniciativas sem lastro fiscal e que, por isso, confrontam a política monetária. Para Lula, representam armas poderosas de campanha eleitoral. Já o BC e os agentes financeiros veem aditivos à inflação, porque não se prevê qualquer tipo de compensação com cortes de gastos, e o Orçamento do ano eleitoral não garante sequer o pagamento de despesas corriqueiras.
À imprevisibilidade na economia soma-se a incerteza nas relações políticas cada vez mais fluidas do governo. Lula enfrenta dificuldades na montagem de uma frente para disputar a reeleição, como se constata na recém-criada federação partidária PP-União Brasil. Ela traduz o início da mobilização eleitoral da centro-direita, ainda que ainda não se tenha um candidato definido nesse campo.
A taxa de risco do governo aumenta com a possibilidade de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar o escândalo dos descontos nas aposentadorias do INSS. Já há assinaturas de parlamentares em número suficiente para a oposição iniciar investigações no palco de uma CPI.
O governo patina. Não conseguiu dar explicações convincentes sobre o aumento das fraudes nos últimos dois anos nem sobre o ressarcimento das pessoas lesadas. A demissão do ministro Carlos Lupi demorou, e o caso serviu para a oposição refazer a associação do governo petista com a corrupção ainda que o esquema tenha começado bem antes. A polícia encontrou documentos que remetem a fraudes em 2019, no governo Jair Bolsonaro.
CPIs são incontroláveis, e os petistas sabem disso porque sempre as utilizaram de forma intensiva enquanto estiveram na oposição. Às vésperas de um ano eleitoral, uma devassa parlamentar sobre as fraudes no INSS tem potencial corrosivo para o governo, que já está apanhando nas redes sociais. Mais uma vez, um vídeo do deputado Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, serviu para mostrar falhas e lenta reação do governo Lula num tema sensível e de interesse à maioria da população: roubo nas aposentadorias e pensões.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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