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Ricardo de João Braga
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Farol
28/1/2022 | Atualizado às 9:46
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28 de janeiro de 2022 |
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A ideia em um segundo Manifestações iniciais vinculadas a candidatos à Presidência da República deixam entender que segue viva a dicotomia pró-mercado x pró-Estado entre os candidatos. As propostas econômicas refletem visões que se alternaram no país ao longo do século 20, não trazendo essencialmente nada de novo. |
Guido Mantega, o guru econômico de Lula. Foto: Agência Brasil[/caption]
Todos os textos falam em mudança, o que também não surpreende, dado que a conjuntura econômica aponta para um quadro ruim e possivelmente ainda bastante deteriorado por ocasião das eleições. O título escolhido por Mantega é fiel ao artigo - praticamente todo o conteúdo refere-se a uma análise do que aconteceu nos anos do governo Jair Bolsonaro. No caso, a mudança que importa, para Mantega, é a volta do PT ao poder, que, em si, seria suficiente para resolver tudo.
Nelson Marconi fala em mudanças no modelo e é o que mais entra em detalhes de medidas práticas. Está em consonância com os motes escolhidos por Ciro Gomes, que tem falado em "rebeldia" e "esperança". Meirelles fala em consertar o Brasil, atribuindo tal responsabilidade mais ao setor privado. Bem como Pastore, que escolheu um título burocrático para seu texto, como se entregasse um texto sob encomenda. Por mais cruel que possa ser a Pastore (cuja estatura intelectual não tem comparação com a mediocridade de Paulo Guedes), a analogia situacional é evidente - há um novo Posto Ipiranga no radar, ainda que mais conservado e com uma lojinha de conveniência mais transada.
Nelson Marconi, o homem de Ciro na economia. Foto: FGV[/caption]
Mantega cita a política monetária para o controle da inflação, ressalvando que não se deve exagerar nos juros. Não cita política fiscal, o que, em contraste com o restante do seu texto, deixa a entender que essa não será uma preocupação de um eventual novo governo petista. Nelson Marconi e Affonso Pastore citam explicitamente a política fiscal como elemento importante do arcabouço institucional. Meirelles cita tangencialmente a política fiscal, na figura da necessidade de se reestabelecer o quadro macroeconômico estável.
O ex-presidente do Banco Central e ex-ministra da Economia Henrique Meirelles trabalha o plano econômico de Doria. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil[/caption]
Com mais ou menos ênfase, considerando-se as possíveis grandes reformas (como a administrativa, a da Previdência etc.), todos os autores trataram apenas da reforma tributária. Tendo em vista as pesquisas feitas pelo Congresso em Foco Análise que demonstram que houve uma efetiva janela de oportunidade para a aprovação de uma reforma tributária na atual legislatura, é razoável supor que esta será a reforma da vez no início da próxima legislatura.
Mantega destacou a taxação dos mais ricos. Meirelles destacou necessidade de melhoria no ambiente de negócios e de simplificação. Pastore ressaltou a necessidade de segurança jurídica e simplificação.
Affonso Celso Pastores é o candidato a Posto Ipiranga de Sergio Moro. Foto: Agência Senado[/caption]
Ficam bastante claras as posições no espectro da dicotomia colocada. Guido Mantega dá a entender que o PT refluirá para uma posição pró-Estado, com o governo assumindo a responsabilidade de promover o desenvolvimento nacional, via planos governamentais, a serem obedientemente seguidos (ou aproveitados) pelo setor privado. Nelson Marconi entra em mais detalhes práticos. A síntese de suas propostas permite vislumbrar uma saída à la tigres asiáticos - investimento em educação e P&D, indução e condução estatal, incentivo a exportações. Meirelles repete alguns temas de Marconi, como o investimento em educação (por ele chamado de investimento em capital humano, bem ao estilo de Chicago) e o incentivo às exportações. Fala em participação majoritária do setor privado. Já Pastore não adota o limitador e deixa a entender que os investimentos serão do setor privado, pela via da concessão - ficando, portanto, na posição mais pró-mercado do grupo.
Evidentemente, há muitas nuances e os textos foram colunas de jornal, encomendadas, e que conseguiram a façanha de serem possíveis propostas dos candidatos sem necessariamente refletirem a opinião dos candidatos. Porém, o início do debate já nos mostra que possivelmente seguiremos atrelados a soluções do século 20, sem grandes inovações no plano das ideias.
| CHAPA QUENTE | GELADEIRA |
| Amparado pela aparente estabilidade que lhe dá as pesquisas, onde já há algum tempo sempre aparece com percentuais acima de 40%, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, trabalha para tentar vencer a eleição ainda no primeiro turno. Seus movimentos são para tentar ampliar ao máximo agora o espectro de apoios. Depois de deixar claro que muito provavelmente está sacramentada sua aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, Lula quer trazer para seu apoio o PSD de Gilberto Kassab. Nas considerações que faz acerca de última rodada da pesquisa XP/Ipespe, o diretor do Instituto, Antonio Lavareda, aponta que Fernando Henrique Cardoso, único presidente a vencer a eleição no primeiro turno, não teve nas duas vezes em que se elegeu 40% das intençõ199es de voto. Foram 36,3% em 1994 e 33,9% em 1998. | A pesquisa XP/Ipespe não traz boas notícias para o candidato do Podemos, Sergio Moro, que vem se esforçando para tentar convencer como a tal terceira via. Depois do lançamento da pré-candidatura de Ciro Gomes pelo PDT na semana passada, ele agora aparece empatado com Moro. Não exatamente porque Ciro tenha crescido muito ou Moro caído muito. Moro estacou abaixo dos 10%. E ambos aparecem na pesquisa com 8%. Certamente, não vem ajudando muito ao ex-juiz a exposição negativa que anda tendo por conta dos honorários que recebeu o escritório Alvarez&Marsal, onde trabalhou depois que deixou o Ministério da Justiça. Moro condenou a empreiteira Odebrecht na Lava Jato e a Odebrecht é cliente do escritório no seu processo de recuperação judicial. Moro promete explicar tudo ainda nesta sexta-feira. Seus aliados esperam que ele reverta a situação. |
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