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Pedro Valls Feu Rosa
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19/2/2017 | Atualizado 10/10/2021 às 16:40
Do outro lado do mundo, em Israel, cientistas da Universidade Ben-Gurion realizaram, nos idos de 2011, um estudo análogo. Ao longo de 10 meses, foram analisadas milhares de decisões de oito juízes que trabalhavam em três sessões, com intervalos para um lanche e o almoço. Vejam só: constatou-se que, quanto maior a fome e a sede dos juízes, mais severas eram as penas impostas.
Os resultados desta pesquisa, publicada na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, chegam a ser chocantes: no início de cada sessão, as chances de um condenado conseguir livramento condicional eram de 65%, percentual que ia caindo até chegar a zero no seu final - e estes valores foram praticamente os mesmos para cada um dos oito juízes.
A propósito deste quadro, data de 1930 uma interessante frase proferida pelo filósofo e juiz norte-americano Jerome Frank: "justiça é o que o juiz comeu no café da manhã". Desejou ele, com tal pensamento, firmar a ideia de que, assim como ocorre com absolutamente qualquer profissão, há fatores triviais, emocionais ou físicos, que podem influenciar decisivamente no desempenho dos juízes.
Diante desta realidade, e colocando-me no lugar daquele infeliz que foi sentenciado imediatamente antes do almoço, com "chance zero" de obter liberdade condicional, fico a pensar se nosso modelo de justiça está, além de esgotado, profundamente errado.
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