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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Vinícius Sousa
15/6/2017 7:30
[fotografo]Antônio Cruz/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Adiciona-se a isso o fato de que o Tribunal abriu recentemente outro perigoso precedente. No ano passado, ao aprovar o registro de candidatura do prefeito do município de Quatá (SP), Marcelo de Souza Pecchio, a Corte Eleitoral ratificou seu entendimento de que a Lei da Ficha Limpa só deve ser aplicada em casos comprovados de improbidade administrativa que acumulem danos ao erário e enriquecimento ilícito - o que não teria sido o caso do prefeito. Pela Lei da Ficha Limpa, era possível interpretar que somente um desses atos de improbidade já tornavam o candidato inelegível.
À época, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, defendeu a absolvição do prefeito e aproveitou para fazer duras críticas à Lei da Ficha Limpa, chegando a denunciá-la como instrumento de chantagem para promotores do Ministério Público e juízes de instâncias locais. Curiosamente, o ministro Herman Benjamin, relator do julgamento da chapa Dilma-Temer, foi o que mais se opôs à visão de Gilmar Mendes e votou pelo indeferimento do registro de candidato do prefeito.
Não custa lembrar que a Lei da Ficha Limpa foi criada em 2010 por iniciativa popular e apresenta as condições nas quais determinado candidato pode ser impedido de concorrer às eleições.
Além disso, preocupa também os passos cambaleantes da reforma política dentro do Congresso Nacional. Foi criada na Câmara dos Deputados Comissão Especial para tratar sobre o tema. O relator, o deputado Vicente Candido (PT-SP), apresentou sua proposta no último dia 15/05. Ele propõe a instituição do sistema eleitoral por lista fechada, a ser pré-ordenada pelos partidos; o aumento das candidaturas femininas; e a criação de um novo fundo partidário, chamado de Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FFD), que ficará disponível aos candidatos. A votação do relatório foi adiada e poderá ocorrerá nos próximos dias.
Curioso é o fato de existirem mais três comissões debatendo este mesmo tema na Câmara. Além dessa, existem também comissões para decidir sobre reeleição majoritária e para dar prosseguimento à proposição que discorre sobre o fim das coligações entre legendas em eleições proporcionais - esta última já foi aprovada pelo Senado Federal.
Todavia, existe o receio de que o desmembramento das discussões da reforma política sirva como mero diversionismo, dando a impressão para a sociedade de que o tema está sendo tratado pelo Congresso quando, na verdade, estão apenas empurrando a questão sem grande objetividade. Para fugir disso, são imperativas a mobilização popular e a transmissão de demandas da sociedade civil para o Congresso, para que haja uma reforma política real.
Exemplos de esforços sociais no sentido de tornar esse debate substancial não faltam. Cito dois: o texto colaborativo #ReformaPolíticaJá, do projeto Brasil 2030 (para acessar, clique aqui) e o abaixo-assinado Por uma Nova Democracia, do projeto Nova Democracia (para acessar, clique aqui).
Em consonância com estes exemplos, o Café com Política fará debate com o tema "Reforma Política: que eleições queremos?" no próximo dia 22/06, às 19h, no LABHINOVA (Laboratório Hacker de Inovação da Câmara Legislativa do Distrito Federal). O objetivo é refletir conjuntamente sobre os cenários possíveis para as eleições de 2018, tendo em vista os projetos de reforma política supracitados, que podem trazer mudanças significativas para o próximo pleito eleitoral. Para tanto, nesse encontro, utilizaremos estratégias de design thinking para gerar ideias/propostas conjuntas para o enfrentamento das problemáticas do cenário político brasileiro. Evento feito em parceria com os projetos DF em Movimento, Brasil 2030 e Observatório Social de Brasília. Para mais informações, acesse aqui a página do evento no Facebook.
Voltando ao TSE, por mais que o julgamento tenha sido favorável à chapa Dilma-Temer, as provas apresentadas no processo e os desdobramentos recentes da Lava Jato dão conta de que as eleições de 2014 contêm inúmeros componentes ilegais e não podem se repetir em 2018, para o bem da classe política. E, sobretudo, para o bem do povo.
A opção de zelar pela próxima eleição deve ser de todos nós, cidadãos de bem. Se não cuidarmos, as eleições de 2018 também irão às favas, como foi às favas a modéstia de Gilmar Mendes.
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