Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
26/2/2016 | Atualizado às 19:41
 [fotografo]Maryana Oliveira/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Um dos principais defensores do ex-presidente Lula e do PT no Congresso, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) que tornar o instituto da delação premiada -  em que suspeitos contribuem com a investigação em troca de redução de pena - compatível com direitos e garantias fundamentais definidos na Constituição de 1988, tornando crime seu vazamento. O texto foi distribuído à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, onde terá tramitação conclusiva, sem necessidade de votação em plenário antes de seguir para o Senado.
"A proposta cria tipo penal para tipificar e punir a conduta de divulgar conteúdo dos depoimentos colhidos no âmbito de colaboração premiada, pendente ou não de homologação judicial. É imperioso evitar vazamentos que podem resultar e resultam em pré-julgamentos que destroem a honra e a intimidade da pessoa submetida à persecução penal", explica a justificação do projeto.
Apresentada em 16 de fevereiro, a matéria acrescenta dispositivo à Lei 12.850, de agosto de 2013, que "define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal [...]". Segundo Wadih, o propósito do projeto é preservar o caráter voluntário das delações - que exigem provas sobre denúncias - e punir os responsáveis por vazamentos.
Em resumo, o Projeto de Lei 4372/2016 tem alguns objetivos centrais, além de assegurar o caráter de garantia fundamental da delação na Constituição. Um deles é garantir ao acusado ou indiciado a liberdade como condição para que o acordo de colaboração judicial seja homologado.
"A medida se justifica para preservar o caráter voluntário do instituto e para evitar que a prisão cautelar seja utilizada como instrumento psicológico de pressão sobre o acusado ou indiciado - o que fere a dignidade da pessoa humana, alicerce do estado democrático de direito", diz trecho do PL.
O texto estabelece que nenhuma denúncia criminal pode se amparar apenas em delação de agente colaborador. Essa questão leva em conta o risco de anulação de ações penais por ausência de justa causa ou pela precariedade de elementos probatórios. O projeto também visa dar mais amparo judicial a pessoas que figuram como parte em inquéritos, ou que neles são investigadas ou venham a ser mencionadas em delações premiadas.
Vazamento seletivo
Mesmo antes das investigações da Operação Lava Jato, que alvejou principalmente membros de partidos como PT, PMDB e PP, a prática de divulgação não autorizada de informações sobre inquéritos e outros procedimentos judiciais passou a ser denunciada no meio político. Para Wadih, ex-presidente da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil, o vazamento é uma das principais ameaças ao êxito do processo investigativo.
"Ao aumentar a proteção do conteúdo da colaboração, se evita que ações e medidas sejam tomadas para encobrir ou se desfazer de provas que futuramente poderão contribuir para uma prestação jurisdicional efetiva", argumenta o deputado petista, um dos principais opositores do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos mais notórios alvos da Lava Jato.
Outra persona non grata para Wadih é o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância de Justiça. Para o deputado, o magistrado Moro - que já assumiu ares de herói no combate à corrupção Brasil afora - extrapola os limites do devido processo penal e avaliza o que Wadih diz considerar "farsa", que é justamente o atual sistema de homologação de delações.
Em entrevista concedida ao Congresso em Foco em junto de 2015, Wadih chegou a defender a anulação da Lava Jato e declarou que Moro "tem traços de paranoia". "O delator, para mim, chegou ao ponto mais baixo da espécie humana. Tenho ojeriza a delatores, a dedo-duro. Quem lutou contra a ditadura sabe o que é ser um dedo-duro, um delator. O juiz Sergio Moro acha isso essencial, mostrando a impotência e a incapacidade de fazer uma investigação mais aprofundada. Quem está delatando provavelmente está mentindo, total ou parcialmente", fustigou o petista.
Mais sobre Operação Lava Jato
Mais sobre Judiciário
[fotografo]Maryana Oliveira/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Um dos principais defensores do ex-presidente Lula e do PT no Congresso, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) que tornar o instituto da delação premiada -  em que suspeitos contribuem com a investigação em troca de redução de pena - compatível com direitos e garantias fundamentais definidos na Constituição de 1988, tornando crime seu vazamento. O texto foi distribuído à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, onde terá tramitação conclusiva, sem necessidade de votação em plenário antes de seguir para o Senado.
"A proposta cria tipo penal para tipificar e punir a conduta de divulgar conteúdo dos depoimentos colhidos no âmbito de colaboração premiada, pendente ou não de homologação judicial. É imperioso evitar vazamentos que podem resultar e resultam em pré-julgamentos que destroem a honra e a intimidade da pessoa submetida à persecução penal", explica a justificação do projeto.
Apresentada em 16 de fevereiro, a matéria acrescenta dispositivo à Lei 12.850, de agosto de 2013, que "define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal [...]". Segundo Wadih, o propósito do projeto é preservar o caráter voluntário das delações - que exigem provas sobre denúncias - e punir os responsáveis por vazamentos.
Em resumo, o Projeto de Lei 4372/2016 tem alguns objetivos centrais, além de assegurar o caráter de garantia fundamental da delação na Constituição. Um deles é garantir ao acusado ou indiciado a liberdade como condição para que o acordo de colaboração judicial seja homologado.
"A medida se justifica para preservar o caráter voluntário do instituto e para evitar que a prisão cautelar seja utilizada como instrumento psicológico de pressão sobre o acusado ou indiciado - o que fere a dignidade da pessoa humana, alicerce do estado democrático de direito", diz trecho do PL.
O texto estabelece que nenhuma denúncia criminal pode se amparar apenas em delação de agente colaborador. Essa questão leva em conta o risco de anulação de ações penais por ausência de justa causa ou pela precariedade de elementos probatórios. O projeto também visa dar mais amparo judicial a pessoas que figuram como parte em inquéritos, ou que neles são investigadas ou venham a ser mencionadas em delações premiadas.
Vazamento seletivo
Mesmo antes das investigações da Operação Lava Jato, que alvejou principalmente membros de partidos como PT, PMDB e PP, a prática de divulgação não autorizada de informações sobre inquéritos e outros procedimentos judiciais passou a ser denunciada no meio político. Para Wadih, ex-presidente da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil, o vazamento é uma das principais ameaças ao êxito do processo investigativo.
"Ao aumentar a proteção do conteúdo da colaboração, se evita que ações e medidas sejam tomadas para encobrir ou se desfazer de provas que futuramente poderão contribuir para uma prestação jurisdicional efetiva", argumenta o deputado petista, um dos principais opositores do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos mais notórios alvos da Lava Jato.
Outra persona non grata para Wadih é o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância de Justiça. Para o deputado, o magistrado Moro - que já assumiu ares de herói no combate à corrupção Brasil afora - extrapola os limites do devido processo penal e avaliza o que Wadih diz considerar "farsa", que é justamente o atual sistema de homologação de delações.
Em entrevista concedida ao Congresso em Foco em junto de 2015, Wadih chegou a defender a anulação da Lava Jato e declarou que Moro "tem traços de paranoia". "O delator, para mim, chegou ao ponto mais baixo da espécie humana. Tenho ojeriza a delatores, a dedo-duro. Quem lutou contra a ditadura sabe o que é ser um dedo-duro, um delator. O juiz Sergio Moro acha isso essencial, mostrando a impotência e a incapacidade de fazer uma investigação mais aprofundada. Quem está delatando provavelmente está mentindo, total ou parcialmente", fustigou o petista.
Mais sobre Operação Lava Jato
Mais sobre JudiciárioTags
Temas
SEGURANÇA PÚBLICA
Derrite assume relatoria de projeto que trata facções como terroristas
Câmara dos Deputados
Comissão debate isenção de registro para professor de educação física