Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Marco civil da internet: para direitos não virarem negócio

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Marco civil da internet: para direitos não virarem negócio

Congresso em Foco

22/8/2013 7:30

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Veridiana Alimonti * Depois de ter sua votação adiada por seis vezes na Câmara dos Deputados, o marco civil da internet corre cada vez mais risco de se tornar o marco comercial da internet. O Projeto de Lei 2126/11, apensado ao PL 5403/11, é resultado da reação da sociedade em favor da garantia de direitos e princípios fundamentais na rede. Porém, os interesses econômicos vão se sobrepondo à construção colaborativa desse texto que passou por consultas e audiências públicas com o intuito de estabelecer a Carta de Princípios para a internet no Brasil. A principal das ameaças tem origem justamente no governo federal - a proposta de incluir a autorização expressa a planos de internet com limite de dados. Essa prática, que vem sendo utilizada de forma abusiva contra o consumidor, em geral acompanha uma série de ofertas que prometem conexões ilimitadas, mas que são reduzidas a velocidades pífias após o consumo do limite contratado. É uma estratégia que vai na direção contrária do que exige a compreensão do acesso à internet como serviço essencial à efetivação da cidadania e ao desenvolvimento nacional. As empresas de telecomunicações, que deveriam investir em infraestrutura de banda larga, pautam-se pela utilização máxima de sua capacidade instalada. Já o governo, ao invés de conduzir políticas públicas afinadas ao caráter estratégico das redes de banda larga, é conivente com tais práticas e atua para consagrá-las no texto do PL. A questão crucial é esta: o marco civil não deve servir à fixação de modelos de negócios. Seu caráter é principiológico e quanto mais seu texto se distanciar dos princípios e valores que o conceberam, mais estará negando o processo de participação social que fez dele um paradigma de elaboração legislativa democrática. E os interesses econômicos vão além. As teles defendem outras alterações que atacam o fundamento da internet - a neutralidade da rede. Esta é a garantia de que todas as informações serão tratadas de forma igual na internet, sem discriminação ou privilégio em razão de origem, destino, conteúdo ou serviço. A neutralidade da rede impede que as teles favoreçam o tráfego a seus parceiros comerciais e prejudiquem os demais. Evita também que as elas ofereçam pacotes que restrinjam a navegação a determinados serviços, como e-mail ou redes sociais, bloqueando o acesso a todo o resto do que existe na internet. Se hoje contratamos uma velocidade e com ela navegamos por sites de notícias, assistimos a vídeos, falamos pela internet, com o novo modelo haveria planos diferenciados por tipos de serviço. Não é difícil imaginar que o plano com mais recursos seria muito mais caro do que a opção "básica", fracionando a internet como a conhecemos. Novamente, o que as teles querem é que o marco civil se adapte ao modelo de negócios em que planejam basear suas atividades nos próximos anos. Além de corromper a rede, isso coloca em xeque direitos como o acesso à informação e a liberdade de expressão. Esses direitos estão ameaçados também em outro ponto do PL. Trata-se do artigo que garante que os provedores de aplicações na internet sejam responsabilizados por conteúdo de terceiros somente quando descumprirem ordem judicial determinando a retirada desse conteúdo. Tal regra geral é importante para assegurar o devido processo legal e a apreciação de um juiz, e não a avaliação privada do provedor, em relação a conteúdos questionados por particulares. Contudo, foi inserida uma exceção a essa regra específica aos direitos autorais, o que novamente cede às pressões dos modelos de negócio trazendo para o marco civil uma discussão que deveria ser feita na Lei de Direitos Autorais. O PL 2126/2011 é fruto da mobilização da sociedade para assegurar em lei princípios e direitos na internet. Essa garantia legal é fundamental e não se substitui por outras iniciativas mais informais ou regulamentares. É preciso, porém, que a natureza principiológica do projeto se mantenha. Do contrário, o anseio por direitos virará pretexto para a consagração legal de modelos de negócios. O Marco Civil será transfigurado em Marco Comercial da Internet. * É advogada e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) na área de telecomunicações e internet. Outros textos sobre o marco civil da internet Mais sobre direitos autorais
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Câmara internet marco civil da internet democracia telecomunicações redes sociais liberdade de expressão defesa do consumidor ciência e tecnologia Fórum direitos autorais Veridiana Alimonti teles idec PL 2126/11 PL 5403/11 neutralidade da rede

Temas

Ciência e Tecnologia

LEIA MAIS

ECONOMIA

Câmara quer acelerar votação da atualização da tabela do IR

Justiça

STF forma maioria para responsabilizar redes mesmo sem ordem judicial

Justiça

Zanin vota pela responsabilização das redes; placar está em 5 a 1

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

ECONOMIA

Governo troca alta do IOF por novas fontes de receita; entenda

2

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Haddad acusa deputados de "molecagem" e sessão na Câmara vira tumulto

3

ENTREVISTA EXCLUSIVA

MDB considera apoiar Tarcísio ao Planalto em 2026

4

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA

Governo reclassifica Instagram como impróprio para menores de 16 anos

5

APOSTAS ESPORTIVAS

CPI das Bets: senadores derrubam relatório final e livram Virginia

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES